A Inditex, grupo espanhol dono de marcas como a Zara e a Massimo Dutti, voltou a bater recordes em 2025, alcançando 28 mil milhões de euros em vendas nos primeiros nove meses do ano. Num contexto macroeconómico exigente e marcado por impacto cambial negativo, o grupo conseguiu crescer acima do mercado, sustentando resultados históricos com base num modelo operacional altamente integrado.

No terceiro trimestre, as vendas atingiram cerca de 9,8 mil milhões de euros, com contributos equilibrados das lojas físicas e do canal online, refletindo a maturidade do modelo omnicanal do grupo. A evolução positiva das receitas foi acompanhada por uma expansão da margem bruta e dos resultados operacionais, traduzindo uma melhoria clara da rentabilidade.

De acordo com a empresa, e conforme analisado pela XTB, este desempenho assenta em três eixos principais. O primeiro é um posicionamento comercial menos dependente de descontos, suportado por coleções de elevada relevância junto dos consumidores. A boa receção das coleções de Primavera/Verão e Outono/Inverno permitiu aumentar volumes sem recorrer excessivamente a promoções, com impacto direto na expansão da margem.

O segundo eixo é a omnicanalidade real, baseada na integração total entre lojas físicas, plataformas digitais, gestão de stock e logística. A Inditex tem vindo a investir de forma consistente em tecnologia, automação logística e renovação do parque de lojas, o que melhora a experiência do cliente e aumenta a eficiência operacional. Esta integração permite responder rapidamente às tendências de consumo, reduzir ruturas de stock e otimizar a rotação de produto.

O terceiro fator-chave é a resiliência proporcionada pela diversificação geográfica. Presente em cerca de 200 mercados, o grupo consegue compensar oscilações regionais (incluindo diferenças climáticas significativas entre países) com o dinamismo de outras geografias, adaptando coleções e calendários comerciais às preferências locais.

No conjunto, o desempenho do grupo evidencia como a gestão integrada da cadeia de abastecimento, o controlo do stock e a articulação entre canais se tornaram fatores determinantes para sustentar crescimento e rentabilidade num mercado global cada vez mais volátil.

A análise completa foi desenvolvida pela XTB.