As Comunidades Portuárias e as principais Associações representativas do setor marítimo-portuário endereçaram uma carta aberta ao primeiro ministro, Luís Montenegro, que manifesta “profunda preocupação” relativamente ao conflito laboral que separa os Ministérios das Finanças e Infraestruturas, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Administrativos das Administrações Portuárias (SNTAP).
No documento, pode ler-se que o prolongamento desta situação tem gerado “consequências devastadoras” para a economia e para a imagem dos portos portuguesas, uma vez que já resultou num período de greve, que já terminou, e num novo período de paralisação, agora iniciado.
Além disso, já foram canceladas “dezenas” de escalas de navios de carga e também de passageiros, o que compromete a atividade dos portos e a conectividade do país com o resto do mundo, de acordo com o documento.
“É de salientar que grandes armadores globais, com um peso significativo na ligação marítima de Portugal ao comércio internacional, têm vindo a alterar as rotas dos seus navios de modo a evitar os portos nacionais. Existe, assim, um receio fundado e o risco de que alguns desses serviços, essenciais à atividade exportadora e importadora portuguesa, possam não regressar aos nossos portos, agravando ainda mais os prejuízos já sentidos e colocando em risco a sustentabilidade de todo o setor e da economia nacional”, expressam as Comunidades Portuárias e as Associações na carta aberta.
De acordo com informação recolhida junto de vários Agentes de Navegação, estima-se que os prejuízos diretos no setor ultrapassem já os cinco milhões de euros.
Este apelo é realizado no sentido de “promover o diálogo entre as partes envolvidas e encontrar uma solução célere e duradoura para este conflito”.



