A AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel reafirmou o seu compromisso com os objetivos climáticos da União Europeia e com a neutralidade carbónica, na sequência da reunião realizada a 12 de setembro em Bruxelas entre Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, e os principais representantes da indústria automóvel.
A associação destaca, contudo, que a transição energética deve ser acompanhada por uma abordagem flexível, capaz de proteger o emprego e reforçar a competitividade da indústria automóvel portuguesa e europeia.
José Couto, presidente da AFIA e membro da Direção da CLEPA – Associação Europeia de Fornecedores da Indústria Automóvel, sublinha que “as empresas portuguesas estão já comprometidas com investimentos significativos em descarbonização, reforçando a sua aposta em soluções que combinem eficiência económica e sustentabilidade ambiental”.
O responsável alerta ainda para os riscos de uma aposta exclusiva na eletrificação: “É fundamental manter uma postura aberta a todas as tecnologias com zero emissões. Concentrar-se apenas em soluções totalmente elétricas pode deixar de lado áreas onde a Europa já lidera em tecnologias de baixo carbono.”
Entre os principais desafios, José Couto aponta a concorrência crescente da China, “fortemente apoiada pelo Estado e com cadeias de valor já consolidadas em áreas críticas como as baterias”. Para a AFIA, a resposta europeia deve ser coordenada e centrada em medidas que reforcem a competitividade e assegurem capacidade produtiva local, sob pena de a Europa perder relevância industrial e tecnológica na nova era da mobilidade.
O setor automóvel é estratégico para a economia europeia, representando 7% do PIB da UE e empregando mais de 13 milhões de pessoas. Em Portugal, a indústria de componentes automóveis tem vindo a afirmar-se como um dos motores da economia nacional, apostando na inovação, na exportação e em processos produtivos mais sustentáveis.
Com esta posição, a AFIA reafirma a sua ambição de alcançar a neutralidade climática, defendendo que esta só será viável com uma estratégia europeia que una sustentabilidade, competitividade e justiça social.