A Savannah Resources anunciou uma atualização significativa no Projeto Lítio do Barroso (PLB), em Trás-os-Montes, confirmando um aumento de 40% no recurso JORC, que passa agora para 39 milhões de toneladas de espodumena de lítio. A empresa revelou ainda que as potenciais extensões de recursos aumentaram 200%, para valores estimados entre 35 e 62 milhões de toneladas.

Este reforço consolida o PLB como a maior reserva de lítio confirmada da Europa, com potencial para ultrapassar os 100 milhões de toneladas. Em termos práticos, esta capacidade seria suficiente para produzir baterias para 47 milhões de veículos elétricos, o equivalente a substituir todo o consumo de petróleo atual do setor automóvel de Portugal, França e Países Baixos.

O lítio é hoje um recurso crítico para a transição energética, em particular para a mobilidade elétrica, e a evolução do Projeto Lítio do Barroso tem impacto direto em cadeias de abastecimento estratégicas na Europa, desde a mineração até à indústria automóvel e à produção de baterias. Atualmente, a União Europeia depende fortemente da Ásia (China e Indonésia, em particular) para o fornecimento de lítio processado e para a produção de baterias, o que representa um risco significativo de dependência externa em setores estratégicos.

Neste contexto, o PLB assume-se como um projeto-chave para o sourcing europeu de matérias-primas críticas, alinhando-se com o objetivo comunitário de atingir 10% de produção endógena de lítio até 2030. Ao diversificar as origens de aprovisionamento e reforçar a capacidade produtiva interna, Portugal contribui para aumentar a resiliência das cadeias de abastecimento, reduzir riscos geopolíticos e assegurar maior autonomia na transição energética.

Segundo a Savannah Resources anunciou em comunicado, estes resultados permitem antecipar uma vida útil mais longa do projeto, aumentando os benefícios económicos e sociais para a região de Trás-os-Montes, desde a criação de emprego ao pagamento de royalties e impostos.

Emanuel Proença, CEO da Savannah, sublinhou:

“Temos uma responsabilidade grande em mãos, agora ainda maior. Continuaremos a trabalhar para estar à altura, e para reclamar para Portugal o papel de relevo que o nosso país terá na revolução industrial das baterias, que está já em curso.”