O pedido de licenciamento da nova fábrica de montagem do LUS-222 já deu entrada na Câmara de Ponte de Sor, avança o económico ECO. O investimento, superior a 30 milhões de euros, permitirá criar até 300 empregos e coloca Portugal entre os países com capacidade de integrar a produção final de aeronaves.

O consórcio responsável pelo desenvolvimento do LUS-222 submeteu o pedido de licenciamento da fábrica de montagem final à Câmara Municipal de Ponte de Sor. O projeto deverá avançar para construção ainda este ano e prevê a criação de 150 a 300 postos de trabalho diretos, consoante a operação se faça em um ou dois turnos.

A unidade industrial, com 18 mil metros quadrados, representa mais de 30 milhões de euros de investimento, integrando um programa global avaliado em 220 milhões. A aposta é clara: o LUS-222 foi concebido como aeronave versátil para missões logísticas e de carga, com capacidade para transportar 2.700 quilos de material ou 19 passageiros, contando ainda com rampa traseira que facilita operações em contextos de difícil acesso. Não menos importante é a questão da versatilidade. Já que a aeronave tem capacidade de operar em pistas curtas e não pavimentadas, com um alcance de 2100km, podendo a carga ser carregada com pouco suporte (max. 3 LD3 containers) utilizando uma rampa traseira.

“Portugal passa a ser um integrador final de montagem de uma aeronave. São poucos os países que o fazem. O projeto vai trazer um nível de desenvolvimento completamente diferente à aeronáutica em Portugal”, destaca Rogério Alves, vice-presidente da Câmara de Ponte de Sor, em declarações ao jornal ECO, que acredita que o investimento pode atrair fornecedores da cadeia aeronáutica para o Alentejo.

A produção em série do LUS-222 está prevista arrancar em 2028. A aeronave poderá ser utilizada em transporte regional, missões governamentais ou militares e em operações críticas de apoio à vida, como evacuações aeromédicas, busca e salvamento, lançamento e transporte de carga.

Atualmente, cerca de 100 engenheiros trabalham já no projeto a partir do Parque de Ciência e Tecnologia de Évora, enquadrado na agenda mobilizadora Aero.Next do PRR. Segundo o portal Mais Transparência, foram pagos até ao momento 49,7 milhões de euros de um total de 90,8 milhões previstos, com o CEiiA, a Aircraft and Maintenance e a Força Aérea Portuguesa como principais parceiros no desenvolvimento.