A União Europeia (UE) e os EUA estabeleceram um acordo no qual se aplica 15% de tarifas na maioria das exportações, mas ficam de fora produtos como a cortiça e medicamentos genéricos. No entanto, vinhos e bebidas alcoólicas não fazem parte desta exceção.
O comissário europeu do Comércio e Segurança Económica, Maroš Šefčovič, informa que foram garantidas “isenções significativas – tarifas a zero ou próximas de zero – em áreas importantes”. “Isto inclui recursos naturais indisponíveis, como cortiça, aviões e peças de aviões, medicamentos genéricos e os seus ingredientes e precursores [compostos] químicos.”
Maroš Šefčovič acrescenta ainda que a relação transatlântica entre a UE e os EUA consiste numa das “maiores parcerias económicas do mundo”. “Este acordo tem um objetivo claro e comum: firmá-lo e ajudar a impulsionar a reindustrialização em ambos os lados do Atlântico.”
Ainda que este seja um ponto de partida nas negociações com os EUA, a UE refere que este acordo “não é o fim”.
Estas são boas notícias para o setor da cortiça. A Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR) indica em comunicado que “esta decisão representa o reconhecimento internacional da especificidade geográfica única da cortiça, cuja matéria-prima é produzida exclusivamente na bacia mediterrânica, com Portugal a assumir o papel de maior produtor mundial”.
Acrescenta ainda que “a singularidade desta produção confere aos produtos de cortiça um caráter de exclusividade global, tornando extremamente complexa a deslocação dos atuais centros de produção europeus para eventuais dinâmicas de reindustrialização da economia americana”.