A Boeing está em negociações para vender até 500 aviões comerciais à China, num acordo que poderá marcar uma viragem nas relações comerciais entre Washington e Pequim, avança a Bloomberg. O negócio, ainda dependente do abrandamento das tensões comerciais entre os dois países, poderá tornar-se a maior encomenda de aeronaves da última década.
Sob a liderança do novo CEO, Kelly Ortberg, a fabricante norte-americana procura recuperar espaço no mercado chinês após anos de impasse nas compras de aeronaves, travadas por tarifas e disputas comerciais. A última grande encomenda chinesa à Boeing remonta ao primeiro mandato de Donald Trump, quando grandes contratos estavam frequentemente associados a visitas de Estado.
Apesar de ainda não estarem definidos os modelos nem o calendário de entregas, o acordo é visto como estratégico para ambas as partes: para a Boeing, representaria um reforço financeiro e reputacional no momento em que tenta consolidar a sua recuperação; para a China, abriria caminho para renovar e expandir a frota de companhias aéreas num mercado em rápido crescimento.
Caso o acordo avance, poderá sinalizar não apenas um reaquecimento das relações comerciais bilaterais, mas também a importância das decisões de procurement de grande escala como instrumentos de política internacional.