Na sombra da economia, os profissionais da logística asseguram que tudo chega a tempo. O tributo de Bernardo Guinea a estes heróis anónimos.

Nos bastidores do mundo atual, onde a conveniência e a rapidez são a regra, existe um exército de heróis anónimos.  

São eles os trabalhadores que tornam possível que uma encomenda chegue até nós, que um supermercado tenha as suas prateleiras cheias e que uma empresa continue a funcionar sem interrupções. 

Falamos dos operacionais de carga, dos trabalhadores dos armazéns, dos motoristas, dos profissionais da contabilidade, dos profissionais de serviço ao cliente e de todos aqueles cujos nomes raramente aparecem nas notícias, mas sem os quais o mundo dos transportes e da logística não funciona. 

Eles são os verdadeiros pilares da logística, os trabalhadores dos armazéns, que organizam, embalam e preparam as mercadorias, são os artesãos de um sistema complexo, os operacionais de carga, que organizam a movimentação de bens do ponto A para o ponto B com precisão e rapidez, são os seus maestros, e os motoristas, que enfrentam longas horas na estrada, são a força motriz que liga o mundo da Supply Chain superando desafios logísticos e geográficos todos os dias. 

Mas a logística é mais do que apenas movimentar carga. As equipas administrativas como a contabilidade, os recursos humanos e o atendimento, com a sua dedicação e atenção aos detalhes, assegura que cada passo seja concluído para que todo o sistema financeiro e humano continue a funcionar. São a espinha dorsal invisível que sustenta a operação, garantindo que as empresas consigam cumprir as suas obrigações e continuar a investir no futuro. 

Apesar da sua grande importância, estes profissionais raramente recebem o reconhecimento que merecem. O seu trabalho é frequentemente dado como garantido, ofuscado pela tecnologia ou pelas decisões de gestores de topo. No entanto, são eles que se levantam de manhã cedo, que trabalham horas a fio e que enfrentam desafios diários para garantir que o sistema funcione. São a prova de que a dedicação, a competência e o esforço individual são a base de qualquer empresa de sucesso. 

A pandemia criou uma crise sem precedentes, alterando radicalmente a forma como vivemos, trabalhamos e consumimos. Com as restrições de circulação e o isolamento social, enquanto a maioria das pessoas se resguardava em casa, estes trabalhadores estiveram sempre na linha da frente, garantindo que a vida ainda que diferente continuasse.  

Eles foram a corrente que manteve as cadeias de abastecimento a funcionar, assegurando que os hospitais recebessem os equipamentos médicos necessários, e que as pessoas tivessem acesso aos bens de primeira necessidade. 

Os desafios foram imensos. Os trabalhadores de armazém tiveram que adaptar-se a novos protocolos de saúde e segurança, sempre com um risco constante de contágio. Os motoristas enfrentaram restrições nas fronteiras, incertezas sobre o acesso a pontos de paragem e longas horas na estrada, muitas vezes longe das suas famílias por longos períodos. 

A resiliência e o espírito de missão foram fundamentais para enfrentar a crise. Estes heróis anónimos não movimentaram apenas carga; eles mantiveram o mundo a funcionar durante um dos seus períodos mais complicados, demonstrando que a verdadeira força de um sistema está nas pessoas. 

Por isso, da próxima vez que receber uma encomenda em casa ou for ao supermercado, lembre-se de que por trás de cada produto há uma rede de pessoas talentosas e trabalhadoras.  

São os heróis da logística que ninguém vê, que merecem ser reconhecidos e valorizados. Sem eles, não há futuro para as cadeias de abastecimento, nem para a economia, que todos os dias depende do seu esforço silencioso.

Bernardo Guinea, Supply Chain Manager