O GEP Global Supply Chain Volatility Index de julho mostra uma retração significativa na atividade das cadeias de abastecimento, com impacto direto para gestores de procurement e responsáveis por cadeias logísticas.
A mais recente edição do GEP Global Supply Chain Volatility Index mostra um abrandamento significativo na atividade das cadeias de abastecimento globais em julho de 2025, com destaque para a forte redução de compras por parte dos fabricantes norte-americanos.
Segundo o índice, que mede mensalmente as condições de procura, níveis de inventário, custos de transporte e atrasos com base num inquérito a 27.000 empresas em todo o mundo, o valor global caiu de -0,17 em junho para -0,35 em julho. Este resultado indica um aumento da capacidade disponível e uma redução da pressão sobre as cadeias de abastecimento.
Principais conclusões do relatório:
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EUA – forte queda nas compras após um pico em junho, motivado pelo aprovisionamento antecipado durante a “pausa” nas tarifas comerciais com a China.
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Ásia – contração liderada pelo Japão, Coreia do Sul e Taiwan; único destaque positivo foi a subida das compras na China.
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Europa – recuperação industrial estagnada; Alemanha abrandou e Reino Unido registou uma descida acentuada para -0,58.
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Inventários – stock de segurança diminuiu, sugerindo menor preocupação com ruturas ou subidas abruptas de preços.
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Custos de transporte e mão de obra – estáveis, sem sinais de pressões inflacionistas.
Implicações para o procurement
Para equipas de compras e logística, o cenário atual abre espaço para renegociação de contratos e otimização de inventários, mas exige vigilância sobre potenciais alterações tarifárias, sobretudo entre os EUA e parceiros asiáticos.
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Negociação de preços: maior capacidade disponível pode favorecer condições mais vantajosas junto de fornecedores.
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Planeamento de stocks: redução de compras antecipadas pode ajudar a equilibrar inventários, mas é crucial monitorizar potenciais mudanças nas tarifas.
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Monitorização geográfica: atenção especial à evolução nos EUA e na Ásia, onde decisões políticas e acordos tarifários podem alterar rapidamente o panorama.
O GEP Global Supply Chain Volatility Index, desenvolvido em conjunto com a S&P Global, é um indicador avançado que sinaliza o grau de utilização da capacidade das cadeias de abastecimento: valores acima de zero indicam pressão crescente e maior volatilidade; valores abaixo de zero refletem capacidade subutilizada. Em julho, a queda para -0,35 confirma uma fase de menor tensão logística global.
Julho marcou, assim, um ponto de viragem, com empresas a ajustarem estratégias face à incerteza comercial e à procura mais fraca, reforçando a necessidade de vigilância e flexibilidade na gestão de procurement.
“O retrato subjacente aponta para uma procura industrial global mais fraca, com empresas a prepararem-se para tempos de menor atividade”, afirma John Piatek, Vice-Presidente de Consultoria da GEP.