O procurement deixou de ser apenas uma função administrativa focada na redução de custos e assumiu-se como um motor estratégico de valor, inovação e sustentabilidade nas organizações. Joaquim Ruivo reflete sobre como a evolução transforma a área num pilar essencial para a competitividade num mercado global cada vez mais complexo.
A área de compras e aprovisionamento era vista como uma função administrativa focada na redução de custos e tem vindo a evoluir ao longo dos anos para um papel mais estratégico. O procurement tem vindo a ser reconhecido como uma importante fonte de criação de valor nas organizações. Esta transformação deriva da necessidade de aumentar a competitividade, promover a inovação e garantir a sustentabilidade dos negócios num ambiente mais globalizado e complexo.
Através de uma abordagem estratégica, o procurement pode gerar valor nas organizações de várias formas. Uma das mais evidentes é a otimização dos custos totais, que vai para além do preço de aquisição e considera fatores como a qualidade, durabilidade, manutenção, logística, impacto ambiental, entre outros. Ao negociar contratos mais eficientes e estabelecer parcerias com fornecedores de confiança, o procurement contribui diretamente para a melhoria da margem operacional.
Para além disso, o procurement é um agente impulsionador de inovação, ao identificar em conjunto com as áreas, fornecedores com capacidades tecnológicas mais alinhadas às necessidades e fomentar a criação de soluções diferenciadoras para o negócio. Estas parcerias podem resultar em novos produtos, processos mais eficientes ou serviços de maior valor acrescentado.
Outro eixo importante de criação de valor é gestão de risco. Um procurement estratégico identifica vulnerabilidades na cadeia de fornecimento e antecipa soluções, contribuindo para a continuidade operacional em situações adversas. Isto é particularmente relevante em cenários globais instáveis, marcado pelas mais diversas crises: geopolíticas, preços ou alterações climáticas.
Por fim, o procurement tem um papel central na sustentabilidade. Ao selecionar e manter fornecedores que cumprem critérios ambientais e sociais, ajuda a construir cadeias de abastecimento mais responsáveis, o que contribui para a reputação da empresa e para o cumprimento dos objetivos ESG (Ambiental, Social e de Governança).
Em resumo, o procurement deixou de ser uma função de suporte. Quando alinhado com a estratégia da organização, torna-se uma fonte de valor capaz de influenciar o desempenho, a inovação e a sustentabilidade da empresa.
Joaquim Ruivo, Director of Procurement, Facilities, Fleet & Office | Whitestar Asset Solutions