Segundo o KPMG 2024 CEO Outlook, os CEO consideram a supply chain a maior ameaça ao crescimento das empresas. Com desafios como guerras comerciais, inflação, ESG e escassez de mão de obra a ocorrerem em simultâneo, a consultora alerta para a necessidade urgente de gerir riscos de forma integrada e não isolada.


As cadeias de abastecimento estão sob uma pressão sem precedentes, com múltiplos desafios a convergirem e a criarem riscos interdependentes que podem amplificar-se rapidamente, alerta a KPMG num novo estudo. Entre os fatores identificados estão guerras comerciais, tarifas, exigências ESG, inflação, escassez de mão de obra e tensões geopolíticas — todos a acontecer ao mesmo tempo em 2025 —, aumentando exponencialmente a complexidade da gestão.

O KPMG 2024 CEO Outlook revela que a supply chain é considerada pelos líderes empresariais como a principal ameaça ao crescimento. No entanto, a consultora sublinha que a resposta a estes riscos continua, muitas vezes, a ser feita de forma isolada, o que compromete a eficácia das estratégias e a resiliência a longo prazo.

“A interdependência dos riscos significa que a resolução de um problema pode abrir a porta a novos desafios”, explica a KPMG. Por exemplo, a necessidade de alterar uma rota marítima devido a tensões geopolíticas pode gerar novos riscos como tarifas adicionais, aumento de custos logísticos, ciberameaças ou atrasos nas entregas, com impactos na reputação e na satisfação do cliente.

Para enfrentar este cenário, a KPMG recomenda uma abordagem holística que inclua:

  • Compreensão das interdependências entre riscos e do seu impacto em toda a cadeia de valor;

  • Planos alternativos (Plano B) preparados com antecedência;

  • Capacitação das equipas para identificar e responder a riscos de forma ágil;

  • Tecnologia e dados em tempo real para deteção precoce e resposta rápida, incluindo automação de processos de compliance e monitorização de riscos.

A consultora conclui que a gestão de riscos deve ser “sempre ativa” e integrada na estratégia de negócio, permitindo que a supply chain continue a ser um motor de valor e crescimento, mesmo perante disrupções aceleradas e interligadas.