O Governo português colocou os transportes no centro da sua nova estratégia de infraestruturas, com um conjunto de investimentos considerados estruturais para a mobilidade, a competitividade logística e a coesão territorial. A aposta faz parte do Eixo 8 da Agenda Transformadora — As infraestruturas que alavancam o país — e contempla obras há muito aguardadas e novas soluções com impacto direto no setor.

Entre as medidas anunciadas, destaca-se a construção do novo Aeroporto Luís de Camões, que será acompanhado pelo reforço da rede aeroportuária nacional e pela primeira fase da privatização da TAP, com o objetivo de consolidar a conetividade aérea e a capacidade estratégica do país no tráfego internacional.

Na ferrovia, a execução da rede de Alta Velocidade ganha finalmente tração, com a concretização das ligações Lisboa–Porto, Porto–Valença (em direção à Galiza) e Lisboa–Caia (ligação à Extremadura espanhola), promovendo uma nova geração de mobilidade ferroviária de passageiros e mercadorias.

No plano rodoviário, o Governo anunciou a conclusão de ligações há muito adiadas, como a construção da autoestrada entre Viseu e Coimbra, um eixo com importância estratégica para o interior e o centro do país.

No setor marítimo-portuário, foi aprovada a nova estratégia nacional para os portos do continente, batizada de Portos 5+, que será oficialmente apresentada no próximo dia 30 pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz. O programa visa reforçar a capacidade dos portos nacionais e aumentar a quota modal do transporte marítimo, em linha com os objetivos de sustentabilidade e transição energética.

Todos os projetos assentam numa nova abordagem governativa, que aposta na calendarização rigorosa, controlo orçamental, envolvimento de autarquias e recurso a modelos de concessão e financiamento inovadores, incluindo investimento privado, segundo revelou na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência, Leitão Amaro.