A União Europeia e os Estados Unidos alcançaram um acordo comercial provisório, ao abrigo do qual a maioria das exportações comunitárias para o mercado americano será sujeita a uma tarifa de 15%.

O acordo foi o resultado de um encontro, este domingo, na Escócia, entre a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, e o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump. “Foram negociações difíceis, mas chegámos a uma boa conclusão”, afirmou von der Leyen, adiantando que a tarifa definida é geral e abrangente, impedindo a aplicação de outras taxas. No entanto, Donald Trump não confirmou que assim seja.

O presidente norte-americano é citado a afirmar que este “é o maior acordo alguma vez feito”: “Conseguimos chegar a um acordo satisfatório para ambas as partes, por isso é um acordo muito poderoso.”

A taxa agora acordada é inferir aos 20% que Trump tinha imposto, e depois suspendido, em abril. E fica abaixo das tarifas negociadas por países como a Indonésia e as Filipinas (ambas de 19%), igualando a concebida ao Japão.

Numa declaração publicada no site da Comissão, a presidente sublinha que o acordo agora alcançado traz certeza em tempos de incerteza, estabilidade e previsibilidade, para os cidadãos e para as empresas de ambos os lados do Atlântico.

Escalpelizando o acordo, von der Leyen concretizou que a taxa de 15% se aplica a setores como o automóvel, semicondutores e farmacêutico. “É um teto claro, sem acumulação, abrangente. Proporciona a clareza necessária para os nossos cidadãos e empresas, e isso é crucial.”

Além disso, foi acordado o regime de reciprocidade “zero por zero” para produtos estratégicos, como componentes de aviação, alguns químicos, alguns produtos agrícolas e alguns medicamentos genéricos, bem como recursos naturais e matérias-primas críticas. “E continuaremos a trabalhar para adicionar mais produtos a esta lista”, disse.

Sobre o aço e o alumínio, a declaração dá conta de que a União Europeia e os Estados Unidos enfrentam um desafio comum de sobrecapacidade global: “Vamos trabalhar para garantir uma competição global justa. E para reduzir as barreiras entre nós, vão ser cortadas tarifas e será aplicado um sistema de quotas”, adiantou.

A cooperação em matéria de energia vai também aumentar, estando previsto que a Europa aumente as compras de produtos energéticos norte-americanos de modo a diversificar as fontes de fornecimento e reforçar a segurança neste domínio. O gás e petróleo russos serão substituídos, em parte, por LNG e outros combustíveis dos Estados Unidos.

 

Imagem | Representação da Comissão Europeia em Portugal