A União Europeia (UE) pretende constituir uma “aliança de competitividade” com o Japão, com particular foco no desenvolvimento conjunto de cadeias de abastecimento de terras raras. A intenção foi anunciada esta quarta-feira, 23 de julho, pela presidente das Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na sequência da atribuição do grau honoris causa pela Universidade Keio, em Tóquio.
“Estamos obviamente a trabalhar para restaurar a nossa parceria comercial com os Estados Unidos, mas também sabemos que 87% do comércio mundial envolve outros países, muitos dos quais procuram estabilidade e oportunidade”, afirmou, sublinhando que a visita ao Japão visa, precisamente, fortalecer esses laços. “E é por isso que países de todo o mundo querem fazer negócio com a Europa: da Índia à Indonésia, da América do Sul à Coreia do Sul, do Canadá à Nova Zelândia. Estamos todos a tentar forjar a nossa força e independência, mas só trabalhando juntos podemos alcança-lo”, acrescentou.
No que toca à aliança em torno das terras raras, o objetivo é promover cadeias conjuntas para os materiais críticos, semicondutores e baterias. Um dos projetos mencionados pela presidente da Comissão é a primeira fábrica de larga escala para reciclar terras raras que abriu em França, em março, com participação nipónica.
Além disso, a UE está a explorar oportunidades de mineração na Europa, em África e na Gronelândia e oferecerá ao Japão acesso a estes projetos.
A questão das terras raras é particularmente pertinente na medida em que a China tem vindo a reduzir as exportações, o que pode afetar a cadeia de abastecimento da indústria, nomeadamente automóvel e eletrónica.