A empresa japonesa Nissan está a enfrentar grandes prejuízos financeiros. Segundo dados avançados pela Reuters, que teve acesso a e-mails internos da empresa, a Nissan pediu aos seus fornecedores no Reino Unido e na União Europeia para adiar o pagamento de modo a aguentar o fluxo de caixa e não entrar em colapso financeiro.

O novo CEO, Ivan Espinosa, implementou um plano agressivo para cortar as despesas em cerca de 500 mil milhões de ienes (2,9 mil milhões de euros) ao longo dos próximos dois anos. O plano envolve fechar sete fábricas e cortar 15% da força de trabalho global, no entanto, a tentativa de prolongar os prazos de pagamento aos fornecedores surge como uma nova medida que não tinha sido avançada.

As provas obtidas pela Reuters mostram os pedidos da Nissan aos parceiros, para que aceitassem receber em agosto ou setembro, os valores originalmente previstos para junho. Nalguns casos, a empresa sugeriu mesmo duas opções: adiar e receber com juros ou manter a data original, paga por financiamento com o banco HSBC, que seria posteriormente ressarcido.

À fonte, a Nissan admitiu que incentivou alguns dos seus fornecedores a colaborar sob condições de pagamento mais flexíveis, sem custos associados para eles, de modo a apoiar o fluxo livre de caixa.

“Eles podiam escolher ser pagos imediatamente, ou optar por um pagamento posterior com juros”, explicou à Reuters.

As quedas nas vendas, pressionadas por uma linha de veículos envelhecidos, a empresa reportou um prejuízo anual líquido de 4,5 mil milhões de dólares (3,8 mil milhões de euros), no ano financeiro que terminou em março, tendo-se recusado a dar uma previsão para este ano.