Durante demasiado tempo, a logística foi encarada como uma função “de bastidores”. Um mal necessário, um simples centro de custos. No entanto, quem conhece o dia a dia deste setor sabe que esta visão está profundamente ultrapassada.
A logística não é aquilo que acontece depois da venda. É, sim, o que garante que a promessa feita ao cliente se concretiza de verdade. É no coração da operação que se cumpre (ou não) aquilo que foi prometido. E é aí que reside uma grande parte do valor entregue.
Afinal, é na operação logística que os compromissos se cumprem; é na eficiência operacional que se ganham margens e se controla o desperdício; é na previsibilidade da cadeia de abastecimento que se constrói a confiança dos clientes; é na capacidade de resposta que se define a reputação de uma marca.
Podemos ter o melhor marketing, a melhor estratégia comercial, ou a melhor equipa de vendas. Se a logística falha, tudo falha.
É por isso que a logística precisa de estar no centro das decisões estratégicas. Não apenas como suporte, mas como verdadeiro diferencial competitivo. Para isso, é essencial investimento, sim. Mas, acima de tudo, é necessária uma mudança de mentalidade.
Precisamos de cultivar uma cultura de parceria entre equipas. Comercial, operações, compras, marketing, atendimento ao cliente… todos estão interligados. Só com trabalho em equipa, visibilidade partilhada, previsibilidade e confiança é possível alcançar a excelência.
Os profissionais de logística não pedem palco. Pedem algo mais importante: um lugar à mesa. Porque é ali, onde se definem as estratégias e a experiência do cliente, que eles também devem estar.
Sofia Pereira Lopes, Logistics Consultant