A Deloitte acaba de publicar um levantamento de cinco princípios e de cinco ações que os responsáveis de procurement devem seguir quando o tema é a energia renovável.

De acordo com a consultora, o procurement de energia renovável deve ser mais do que um tópico de sustentabilidade na agenda das empresas: deve constituir uma decisão operacional e um valor estratégico de longo prazo.

Advoga que uma estratégia bem planeada, próxima das necessidades operacionais e das metas de emissões, constitui uma vantagem competitiva e fortalece a confiança dos parceiros.

Nesse sentido, identifica cinco princípios que os responsáveis de procurement devem ter em conta. O primeiro é que a pressão para descarbonizar está a aumentar a procura de soluções baixas em carbono em todos os setores. O segundo prende-se com a emergência de novos incentivos para financiar a transição energética, deste modo contribuindo para reduzir os custos do investimento.

Em terceiro lugar, identifica como modelo de procurement o Virtual Power Purchase Agreement, que permite que os compradores tenham acesso a contratos flexíveis e duradouros, sem necessidade de investimentos diretos de capital. Em quarto, sublinha a importância de compreender os riscos e benefícios específicos ligados a cada opção de procurement, recomendando que cada empresa tenha uma visão clara dos seus objetivos energéticos antes de decidir. Finalmente, a Deloitte destaca a influência dos impostos e de outros enquadramentos financeiros no processo de procurement.

Para converter estes princípios em ações, a Deloitte sugere cinco passos. A começar por desenvolver ou avaliar uma estratégia para a energia renovável, o que envolve elencar as medidas já adotadas com vista a alcançar os objetivos climáticos, bem como rever os processos de ESG.

Depois, as equipas de procurement devem identificar os incentivos disponíveis, mantendo-se informadas sobre a legislação relevante, de modo a tirar o melhor partido.

Em terceiro lugar, importa avaliar as necessidades de eletricidade atuais e futuras, tendo em consideração as exigências operacionais e os custos associados a cada opção.

O quarto passo é definir quais as prioridades organizacionais, comparando-as com os modelos de procurement e equacionando tópicos como as flutuações de preço e os termos contratuais.

Finalmente, a Deloitte aconselha as empresas a consultarem peritos em finanças, os quais poderão evidenciar os riscos potenciais e apoiar o desenho dos planos de procurement, de modo a equilibrarem o custo, a compliance e a sustentabilidade.

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