As exportações de bens caíram 5,7% em abril face ao mesmo mês de 2024, segundo os dados divulgados esta segunda-feira, dia 9, pelo INE. O recuo contrasta com a trajetória positiva registada no primeiro quadrimestre, em que as exportações cresceram 4% em termos homólogos. Já as importações aumentaram 2,4% em abril, agravando o défice da balança comercial para mais de 3 mil milhões de euros.

O comércio internacional português registou sinais de desaceleração em abril de 2025, com uma quebra de 5,7% nas exportações face ao mesmo mês do ano anterior, segundo os dados divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). As importações, por seu lado, cresceram 2,4%, contribuindo para um agravamento do défice da balança comercial, que atingiu os 3.018 milhões de euros, mais 614 milhões do que em abril de 2024.

Mesmo excluindo combustíveis e lubrificantes – produtos sujeitos a grande volatilidade de preços e volumes – o desequilíbrio comercial agravou-se, com um défice de 2.627 milhões de euros, ou seja, mais 643 milhões do que no período homólogo.

No acumulado do primeiro quadrimestre de 2025, os dados são mais positivos:

  • Exportações aumentaram 4,0% face ao mesmo período de 2024;

  • Importações cresceram 5,7%.

Estes números contrastam com as variações negativas registadas no mesmo período do ano anterior (-0,3% nas exportações e -1,1% nas importações).

Já no trimestre terminado em abril, as exportações aumentaram 1,7% e as importações 4,8% em termos homólogos, refletindo um abrandamento face ao desempenho mais expressivo do 1.º trimestre (+7,5% e +6,9%, respetivamente).

A componente energética voltou a ter um peso relevante na balança comercial. Em abril, os combustíveis e lubrificantes representaram 12,9% do défice total, ainda assim abaixo do valor de março (20,5%).

O desempenho mais fraco das exportações em abril pode sinalizar um abrandamento da procura externa, num contexto internacional marcado por incertezas económicas, taxas de juro elevadas e tensões geopolíticas.