O recente Barómetro das Práticas de Pagamento da Europa Ocidental de 2025, divulgado pela Crédito y Caución, revelou que 47% das empresas da região preveem um aumento das insolvências dos seus clientes nos próximos meses. A principal razão apontada é a incerteza no comércio internacional, cuja volatilidade torna mais difícil a definição de planos futuros para colmatar possíveis ameaças por parte do tecido empresarial.
Em 2024, 47% das transações comerciais na Europa Ocidental foram pagas fora do prazo, e 6% não foram sequer pagas. As razões apontadas para este atraso foram, principalmente, restrições operacionais e problemas de liquidez, ambos apresentando 34 pontos percentuais.
O estudo envolveu cerca de 3.000 fornecedores de oito setores (agroalimentar, bens de consumo duradouros, construção, electrónica e TIC, maquinaria, metalurgia e aço, produtos químicos e transportes) em 14 mercados (Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Países Baixos, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido).
Os prazos médios de pagamento variam entre 31 e 60 dias, e a tendência tem sido para aumentar, e não para reduzir, o que implica um esforço estratégico por parte dos fornecedores, para oferecerem maior flexibilidade de pagamento aos clientes, e ajudá-los a gerir problemas de fluxo de caixa.
Quase metade das empresas opta por combinar as suas próprias provisões com soluções de gestão de crédito externas, proporcionando assim alguma flexibilidade para proteger o fluxo de caixa num cenário financeiro incerto, de forma a gerirem melhor os riscos de pagamento dos clientes.
Em termos de fontes de financiamento, a maioria das empresas da Europa Ocidental depende de fontes externas, sendo que 48% são créditos comerciais, 46% créditos bancários e 46% financiamento de faturas. O Crédito y Caución destaca ainda que as contínuas pressões financeiras levaram a restrições que muitas empresas enfrentam ao nível do autofinanciamento.
O estudo conclui que as empresas da Europa Ocidental reconhecem existir uma necessidade de estratégias que lhes permitam dar respostas ágeis e robustas aos principais desafios atuais, com um possível aumento dos custos de produção, tensões geopolíticas, mudanças regulatórias e crescente preocupação com as questões ambientais.