Catarina Pereira Pinto sempre navegou pelos mares das compras, tendo passado por várias empSresas multinacionais. O seu percurso profissional iniciou-se na Faurecia enquanto compradora júnior e, a partir daí, passou por empresas como Grohe, Worthington Cylinders e Bosch, sempre desempenhando funções ligadas à área de compras. Atualmente, é a diretora de compras em Portugal da Saint-Gobain, uma multinacional francesa que atua na fabricação e distribuição de materiais para construção, mobilidade, saúde e indústria. Assume que o seu grande desafio passa por normalizar os processo de compras, reorganizar a equipa e impulsionar a digitalização, garantindo uma maior eficiência e transparência.
O que a levou a escolher esta profissão?
Ao terminar a faculdade deparei-me com um anúncio num jornal nacional para a função de comprador, que se alinhava perfeitamente com a minha formação em Engenharia de Materiais. Sem o prever descobri a minha verdadeira vocação e nunca mais quis seguir outro caminho. Fui evoluindo como compradora técnica e estratégica, até que, naturalmente, surgiu o desafio da gestão de equipa e liderança. Embora o meu percurso tenha sido sempre na área de compras, cada empresa trouxe aprendizagens e desafios únicos, contribuindo para o meu crescimento profissional.
Qual o maior desafio para uma equipa de procurement dentro da organização?
Antes de tudo é fundamental valorizar a função de compras, demonstrando aos clientes internos a importância de envolver o departamento de compras no processo. Muitas vezes, há a perceção de que qualquer pessoa sabe comprar, mas, na prática, a expertise e a estratégia desta área fazem toda a diferença nas organizações.
Na Saint-Gobain, o desafio passa também por garantir o cumprimento das rigorosas exigências e políticas de compras do grupo, de forma a manter o elevado nível de rigor e excelência em todos os seus negócios, em Portugal.
Quais as três competências-chave que mais valoriza, ou considera fundamentais num profissional de compras e procurement?
Ética profissional, resiliência e diplomacia. Falamos de uma função mediadora entre fornecedores/prestadores de serviços e múltiplos clientes internos, com o objetivo de concretizar o melhor negócio para a empresa sem alienar qualquer dos intervenientes, criando antes parcerias duradouras.