A indústria portuguesa de calçado exportou 20 milhões de pares no primeiro trimestre de 2025, correspondendo a 453 milhões de euros. Trata-se de um crescimento de 4,9% em volume e de 5,4% em valor, face ao período homólogo do ano passado.
Em comunicado, o presidente da APPICCAPS, Luís Onofre, sustenta que se trata de “um início do ano muito promissor, num contexto internacional particularmente difícil”.
Neste contexto, a Europa voltou a ser o mercado de referência, tendo sido o destino de 18 milhões de pares (+6,6%), no valor de 382 milhões de euros (+8,3%). A maior subida, de 18,8%, pertence à Alemanha, com as exportações a atingirem os 114 milhões de euros. Mas também mercados como a França e a Espanha cresceram. Por oposição, os Países Baixos registaram um recuo
de 5,6% para 49 milhões de euros.
No que toca aos Estados Unidos, verificou-se uma queda de 12,7%, para os 18 milhões de euros. A descer está igualmente o Canadá: as exportações de calçado caíram 14%, para os quatro milhões de euros.
Sobre o mercado norte-americano, Luís Onofre sustenta, no comunicado, que continua a ser estratégico e “a grande aposta da indústria portuguesa de calçado para a próxima década”. “O momento atual é preocupante, mas não vamos abandonar o mercado”, defendeu, aludindo à aplicação das novas taxas alfandegárias decididas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os Estados Unidos constituem o maior mercado mundial de calçado, importando anualmente quase dois mil milhões de pares, que correspondem a valores próximos dos 26 mil milhões de dólares (24,9 mil milhões de euros). Para Portugal, são o sexto mercado de destino das exportações de calçado, que duplicaram, na última década, para aproximadamente 100 milhões de euros no ano passado.