A Polícia Judiciária (PJ) lançou ontem uma das maiores operações dos últimos anos para desmantelar um alegado esquema de corrupção que terá manipulado concursos públicos na área das tecnologias de informação. A investigação aponta para um grupo de empresas que, em conluio com funcionários de vários organismos do Estado, terá garantido adjudicações fraudulentas, num esquema que movimentou pelo menos 17 milhões de euros nos últimos oito anos.
A Polícia Judiciária realizou ontem uma megaoperação com 75 buscas em Lisboa, Porto e Braga, visando desmantelar um esquema de corrupção ligado à contratação pública de serviços de tecnologias da informação. A investigação, que abrange contratos entre 2017 e 2025, aponta para um grupo de empresas que terá manipulado concursos públicos, garantindo adjudicações indevidas no valor de pelo menos 17 milhões de euros.
Entre os organismos visados estão o Banco de Portugal, a Secretaria-Geral do Ministério da Justiça, o Instituto dos Registos e Notariado (IRN), a EPAL e o Balcão Único do Prédio (BUPI). A operação contou com dois juízes de instrução, três magistrados do Ministério Público, cerca de 250 inspetores da PJ e 50 especialistas da polícia científica.
A investigação decorre sob a alçada do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e está sujeita a segredo de justiça. O Banco de Portugal já confirmou estar a colaborar plenamente com as autoridades.