Face a este momento de transição política, a Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA) destaca a necessidade de atuar em várias frentes para garantir a sustentabilidade da distribuição farmacêutica em Portugal, através de algumas medidas para reforçar a qualidade e eficiência do setor do medicamento e da saúde, indica a organização em comunicado. 

Entre as prioridades, a ADIFA destaca a importância de implementar medidas de combate à escassez do fornecimento, e a garantia de abastecimento em volume suficiente para as necessidades da população. Assim, a associação defende a “implementação de um modelo preditivo de escassez, aliado a um acompanhamento mais adequado por parte da tutela, e à correção de fragilidades nos mecanismos atualmente existentes, como é exemplo a Via Verde do Medicamento”, indica em comunicado.

Para um abastecimento contínuo do mercado refere ainda a diferenciação legal e regulamentar da atividade da distribuição farmacêutica de serviço completo, que reconheça o seu valor no circuito do medicamento, e as suas responsabilidades diárias no abastecimento de medicamentos às populações. A ADIFA considera assim que a legislação nacional deve evoluir e consagrar a atividade de distribuição farmacêutica de serviço completo, incluindo a prioridade no abastecimento que assegure o serviço de interesse público.

Além disto, a associação sublinha a necessidade de atualização “urgente” na política de preços dos medicamentos. Este ajuste deve refletir os custos reais de produção, distribuição e dispensa dos medicamentos, mantendo a visibilidade das entidades que atuam no setor.

Relativamente à recente criação do regime legal de acesso em proximidade a medicamentos hospitalares nas farmácias, a ADIFA expressa ainda a sua disponibilidade para implementar “soluções eficientes, seguras e sustentáveis para o sistema de saúde”, como programas de dispensa de medicamentos em proximidade nas farmácias.

Por último, apela à implementação de apoios à atividade relacionados com a descarbonização da operação. “Estes apoios são essenciais para enfrentar os desafios ambientais, tecnológicos e logísticos do setor, mantendo a eficiência da distribuição farmacêutica em todo o território nacional, quando as empresas associadas da ADIFA estabeleceram o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica do setor até 2040, em linha com os objetivos nacionais e europeus”, refere.