No mundo dinâmico da gestão da cadeia de abastecimento, a distinção entre a compra de bens e serviços desempenha um papel fundamental. Enquanto a aquisição de bens muitas vezes pode ser guiada por especificações técnicas e requisitos tangíveis, a seleção de fornecedores de serviços apresenta desafios adicionais.

A dificuldade em selecionar fornecedores de serviços baseia-se na natureza subjetiva e multifacetada dessas transações. Critérios pré-definidos de seleção podem incluir aspectos mensuráveis, como preço e qualidade, mas há uma série de elementos intangíveis que também devem ser considerados. Entre eles, destacam-se a cultura organizacional, a capacidade de inovação, a flexibilidade e, principalmente, a confiabilidade.

Neste contexto, as relações interpessoais entre clientes e fornecedores estratégicos desempenham um papel crucial. Uma boa interação entre as partes pode abrir caminho para uma comunicação aberta e transparente, permitindo a rápida identificação e resolução de problemas imprevistos que possam surgir durante a execução do serviço.

A verdadeira importância desses relacionamentos se revela quando se depara com desafios não previstos na contratação. Situações como mudanças inesperadas nas necessidades do cliente, conflitos interpessoais ou interculturais ou até perda de colaboradores podem ocorrer. Diante dessas situações emergenciais, a confiança mútua e a colaboração entre cliente e fornecedor se tornam inestimáveis.

É aqui que a flexibilidade dos fornecedores desempenha um papel crucial. A capacidade de se adaptar rapidamente a novas circunstâncias e de encontrar soluções criativas para problemas imprevistos pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma contratação.

Portanto, fica claro que as relações interpessoais, construídas sobre a base da confiança e da comunicação eficaz, são essenciais para resolver imprevistos na cadeia de abastecimento. Ao investir no desenvolvimento e na manutenção desses relacionamentos, as empresas podem não apenas mitigar os riscos associados à terceirização de serviços, mas também criar uma vantagem competitiva sustentável no mercado globalizado de hoje.

Marcela Castro, professora adjunta | Instituto Politécnico de Setúbal

A autora escreve em Português do Brasil.