A GS1 Portugal promoveu no passado dia 13 de março o webinar “Rótulo Digital Europeu – Novas Regras de Rotulagem do Vinho” com o intuito de apresentar a solução 560 e-Label, que pretende responder e minimizar o impacto da nova legislação para a rotulagem dos vinhos nas cadeias de abastecimento.

Com a entrada da nova regulamentação, as empresas vitivinícolas passam a ter de incluir a lista de ingredientes e declaração nutricional nos rótulos dos seus produtos, aplicando-se aos vinhos produzidos a partir de 8 de dezembro de 2023, o que suscitou várias questões para os responsáveis de supply chain, que envolveu temas como a rotulagem dupla para os produtos.

O 560 e-Label é um serviço da GS1 Portugal que tem como principais vantagens o registo e a criação ilimitada de códigos QR, trabalhar através dos standards da associação, ter tradução regulamentar para 24 idiomas, e uma tabela de preços ajustada.

Estes códigos bidimensionais podem ajudar as empresas a solucionar a questão da rotulagem, contendo toda a informação necessária para responder à nova legislação em formato digital. Através de um rápido scan com um smartphone, o utilizados poderá ter acesso a toda a informação nutricional necessária prevista na lei. Ao nível do rótulo, ao optarem pela solução de QR Code, estes necessitam apenas de incluir, adicionalmente, o valor energético e alergénicos, estando a restante informação disponível através do código bidimensional.

“Rótulo Digital Europeu – Novas Regras de Rotulagem do Vinho”
O evento contou com a presença de profissionais da GS1 Portugal e da Nielsen Portugal, que apresentaram o estado do setor e as suas principais tendências, bem como a nova solução da GS1 Portugal.

João de Castro Guimarães, diretor-executivo da GS1 Portugal, deu o arranque ao evento, tendo deixado um contexto sobre a nova regulamentação e os seus impactos nas cadeias de abastecimento. Esta regulamentação permite, pela primeira vez, a comunicação da informação nutricional em rótulos digitais no setor alimentar.

Por parte da Nielsen Portugal, Rui Pinto, senior consultant, notou que “existem algumas tendências emergentes que impactam este setor, nomeadamente o facto de a desaceleração da inflação poder ser uma ilusão, o aumento da resiliência dos consumidores, a era das despesas calculadas e, ainda, o crescimento além do preço, que contribuem ou advêm de uma alteração do consumo para as marcas de distribuição, que têm vindo a ganhar cada vez mais relevo”.

Após a representação do setor, Marta Résio, gestora sénior de comunicação e sustentabilidade da GS1 Portugal, apresentou a vertente da sustentabilidade enquanto alavanca estratégica das empresas, com potencial transversal a toda a sua atividade. A associação sem fins lucrativos reforça que as organizações são cada vez mais avaliadas pelo seu impacto e pela sua capacidade de ação, e os relatórios de sustentabilidade são uma ferramenta importante para conseguirem medir e disponibilizar todas essas informações.

“De facto, quem está a agregar dados para incluir num rótulo que dá a conhecer de forma transparente ao consumidor aquilo que é o equilíbrio nutricional que se espera do produto, está já com algum trabalho feito para começar a reportar sustentabilidade. Isso será uma mais-valia para depois partilhar essa informação, por um lado, com a sua cadeia de valor, e, por outro lado, eventualmente, com a banca que, cada vez mais, é obrigada a selecionar parceiros com esse tipo de critérios de sustentabilidade”, destaca a responsável.

Raquel Abrantes, diretora de Standards e Apoio ao Associado da GS1 Portugal, também abordou as tendências da transformação digital neste setor, bem como os desafios e oportunidades que enfrenta.

Ao nível da rotulagem, o setor tem o desafio de incluir toda a informação necessária para os consumidores num espaço muito limitado, mas a solução da GS1 Portugal consegue apoiar as empresas nesse sentido, devido à legislação permitir que esta informação seja inserida em formato digital.

“Na realidade, esta transparência e necessidade do consumidor de saber mais informação a respeito dos produtos que consome remonta a 2011 (…) quando se tornou obrigatório para todos os géneros alimentícios destinados ao consumidor final um conjunto de menções, nas quais os vinhos tinham isenção relativamente à listagem de ingredientes e informação nutricional. O setor, de forma voluntária, apresentou medidas de autorregulação que anteciparam o que veio efetivamente a tornar-se obrigatório por regulamento europeu. Assim, a publicação do novo regulamento em matéria de rotulagem dos produtos vitivinícolas torna obrigatória a apresentação da lista de ingredientes e declaração nutricional na rotulagem dos vinhos e vinhos aromatizados, introduzindo exclusivamente ao setor a possibilidade da disponibilização de rótulos eletrónicos para o efeito”, apontou Raquel Abrantes.

Relativamente ao 560 e-Label, Nuno Azevedo, diretor de serviços digitais da GS1 Portugal, apresentou a solução digital da associação para a questão da rotulagem vinícola. Segundo o especialista, existem três grandes tópicos que devem ser abordados relativamente aos desafios desta nova legislação:
– Perceber o regulamento e os seus impactos para as organizações e para o setor;
– Tecnologia e mudanças operacionais que têm de ser efetuadas para dar resposta ao regulamento;
– Como podem as empresas ser ajudadas neste sentido.

Filipe Esteves complementou a apresentação de Nuno Azevedo relativamente ao 560 e-Label, destacando as principais vantagens de aderir a esta solução, que responde às novas regras de rotulagem do vinho. “A GS1 Portugal é a organização responsável por gerir os standards e as soluções que permitem melhorar a eficiência nas cadeias de abastecimento (…) e tem uma equipa dedicada que fará todo o acompanhamento dos seus associados”.

A GS1 irá disponibilizar novos webinares gratuitos sobre este tema nos dias 17 de abril, 29 de maio e 10 de julho, para os interessados no tema.