A Mapei, empresa especializada na produção de produtos químicos para construção, inaugurou uma fábrica em Cantanhede. Esta aposta, que resulta de um investimento que ultrapassa os 13 milhões de euros, surge com o propósito de reforçar o posicionamento da empresa no setor. À Supply Chain Magazine, Alexandre Carvalho, diretor de operações da Mapei, indicou que a construção do armazém, pavimentos, cais de carga/descarga e racks de armazenagem, representam mais de 50% do investimento efetuado incluindo a nova maquinaria e equipamentos.

A infraestrutura, com 10.000 metros quadrados de área coberta, mais 8.000 dedicada ao armazenamento, e mais quatro cais de carga e descarga, dedica-se agora à colagem de cerâmica, impermeabilização, pavimentos industriais, reparação de betão e revestimentos. Tem uma capacidade de armazenamento em racks superior a 3.500 paletes, superior a 10.000 paletes no solo, e uma capacidade de expedição de 30 camiões por turno. Gera mais de 70 guias de remessas emitidas, mais de 250 linhas de produtos preparadas e mais de 250.000 kg de produto expedido, por turno.

Esta aposta permitirá “ter uma organização mais eficaz com acessibilidade ideal independentemente do tipo de embalagem a movimentar”, explica. Acrescenta ainda que, o facto de a fábrica estar equipada com quatro cais de carga/descarga e zonas específicas para o carregamento de todo o tipo de veículos, independentemente do tamanho da carga, “permite uma importante flexibilidade de cargas tanto aos nossos transportadores como aos nossos clientes”.

A nova infraestrutura integra várias inovações tecnológicas. O responsável revela que o pavimento de toda a área logística utiliza, pela primeira vez em Portugal, o sistema Concrete Flooring System da Mapei. “Este sistema destaca-se por apresentar uma construção de pavimento sem juntas, com ganhos evidentes na manutenção, mas acima de tudo oferece um piso estável e sem vibrações para a circulação de máquinas com ganhos evidentes na saúde dos operadores”.

Além da estrutura logística, a área de produção é suportada por laboratórios de controlo de qualidade e inclui doseamento automático de matérias-primas, controlo do processo em tempo real, robôs e vários sistemas de automação, o que permite otimizar todo o processo.

Para a idealização e conceção do projeto, a Mapei teve em conta critérios fundamentais de sustentabilidade ambiental. Com a centralização total da operação, estimam um “ganho imediato” na redução das emissões de CO2 em cerca de 50 toneladas por ano só nas transferências internas de material. “Contamos, até o final do ano, terminar o projeto e sermos autossuficientes na produção de energia através do dimensionamento e instalação de painéis fotovoltaicos”, refere.

Ainda assim, Alexandre Carvalho revela que integraram uma nova frota de empilhadores equipada com baterias de iões de lítio que fornecem “potência máxima” o tempo todo independentemente de quanta carga resta, “ao contrário das baterias de chumbo-ácido, onde menos carga afeta a velocidade e a capacidade de elevação”.

Através desta aposta, a Mapei tem como objetivo alargar a gama de produtos produzidos em Portugal e aumentar o orçamento de vendas. A nova fábrica de Cantanhede permitiu gerar 20 novos postos de trabalho.