A Cushman & Wakefield (C&W) apresentou o seu Marketbeat Primavera 2024 – uma publicação semestral que vai na sua 42.ª edição e que resume a atividade do mercado imobiliário nacional em 2023, bem como destaca as principais tendências que irão marcar o mercado em 2024. Olhemos para os segmentos Logística & Industrial.

Após um máximo histórico em 2021, a atividade ocupacional do mercado de industrial & logística abrandou nos últimos dois anos, registando em 2023 uma quebra de 22%, com 450.800 m² transacionados – ainda assim, o terceiro maior volume da última década. Entre os diversos negócios de grande dimensão registados, destaque para as futuras ocupações de unidades logísticas por três empresas do setor alimentar. Ao nível da distribuição geográfica da procura, manteve-se o domínio das regiões de Lisboa e Porto. Por seu lado, verificou-se uma distribuição equitativa entre operações de venda ou arrendamento comparativamente com projetos à medida do ocupante.

A taxa de desocupação no mercado logístico da Grande Lisboa situou-se nos 4,2%, demonstrando a escassez de oferta de qualidade, a qual continua a fomentar a promoção de novos projetos.

Em 2024 verifica-se um enfoque na otimização dos custos de operação, com as empresas a concluírem que o upgrade para novos espaços logísticos é mais eficiente do ponto de vista operacional, ao mesmo tempo que consolidam a sua operação, garantido espaço de forma antecipada (ao assegurar oportunidade de crescimento a médio/longo prazo).

Pelas suas características, Portugal deverá beneficiar do aumento do nearshoring, ou seja, a intenção de se instalarem novas indústrias na Europa para responder às necessidades locais e internacionais; assim como da contínua expansão dos Data Centres. Por outro lado, também o segmento Self Storage continuará em expansão nacional. Finalmente, aumentou também a procura de propriedades para armazenagem de produtos, assim como de unidades industriais por parte de empresas do setor das energias verdes.

Segundo a consultora começa a ocorrer a disponibilidade para pagar um premium por espaços modernos e com credenciais de sustentabilidade, num contexto em que ocupantes e investidores procuram sobretudo este tipo de imóveis.