No passado dia 22 de janeiro, a GS1 Portugal fez uma nova edição do seu programa de descarbonização Lean & Green, em que premeia as empresas pelos seus desempenhos ao nível da sustentabilidade e redução da pegada carbónica nas suas cadeias de valor.

O Pingo Doce, do Grupo Jerónimo Martins, teve um destaque especial, por ter sido uma das únicas quatro empresas no mundo a conseguir a quarta Estrela Lean & Green. A conquista desta estrela é atribuída às empresas que atingem uma redução carbónica superior a 55% das emissões de dióxido de carbono equivalente, no âmbito das respetivas operações logísticas e de transporte.

A nível internacional, as restantes três empresas a conseguirem atingir este nível de compromisso estão sediadas nos Países Baixos, onde o programa teve origem, e em Espanha, sendo que Portugal foi o terceiro país do mundo a conseguir atingir este patamar.

Anabela Vaz Ribeiro, diretora-executiva do UN Global Compact Portugal, entregou este prémio e realçou a excelência destes resultados, visto que o Pingo Doce passa a fazer parte de um restrito conjunto de empresas que foram distinguidas com quatro estelas Lean & Green.

O projeto de descarbonização da logística do Pingo Doce, cujas primeiras medidas foram implementadas há mais de dez anos, conta com um plano de ação para o período 2023-2027, com um conjunto de medidas e investimentos que visam garantir a continuidade na redução de emissões de dióxido de carbono equivalente até à neutralidade, o que deverá acontecer até 2050, conforme o Plano de Transição Climático do Grupo Jerónimo Martins.

Não menos importante, também a Delta Cafés, a Nestlé Portugal e a Nespresso foram distinguidas com três estrelas Lean & Green, por atingirem uma redução superior a 35% de emissões de dióxido de carbono equivalente, no âmbito das suas respetivas operações logísticas e de transporte, o que também reforça o compromisso feito pelas empresas numa redução superior a um terço das emissões. De destacar que só metade dos países em que este programa está inserido (8 de 16) conseguiram atingir esta meta de descarbonização. Os prémios foram atribuídos pelo presidente da Direção da GS1 Portugal, Paulo Gomes; pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, Nuno Pinto de Magalhães, e pelo diretor-executivo da GS1 Portugal, João de Castro Guimarães.

No caso da Delta Cafés, a empresa está comprometida com a contínua aplicação de práticas sustentáveis ao longo da cadeia de valor. A empresa já implementou diferentes medidas, nomeadamente ao nível das operações de transporte, que contribuíram para a atribuição da terceira Estrela Lean & Green, como por exemplo a utilização de Baterias Second Life da BMW, que armazenam energia produzida pelos painéis solares; a formação de motoristas em EcoCondução; e, ainda, o controlo da pressão dos pneus e a afinação técnica da frota de distribuição.

No caso da Nestlé Portugal, a terceira estrela Lean & Green resultou da implementação de medidas de redução da pegada carbónica nas vertentes de otimização e colaboração. A empresa acredita que será através de movimentos colaborativos entre clientes e fornecedores, e da renovação dos seus recursos, que irá atingir uma maior redução de emissões no futuro.

Por sua vez, a Nespresso implementou diferentes medidas, como é o caso das entregas verdes ao domicílio, através de bicicletas e veículos elétricos. Foi também feita uma alteração aos layouts dos armazéns das suas lojas, o que permitiu otimizar a dinâmica de receção de mercadorias e o abastecimento de algumas das suas lojas com viaturas elétricas. “Toda a energia elétrica consumida nas lojas Nespresso em Portugal é de origem 100% renovável e a estratégia da marca passa agora por expandir as entregas verdes ao domicílio a mais cidades, continuando a sua jornada rumo ao seu objetivo net zero”, explica ainda o comunicado.

Com uma redução superior a 20% do dióxido de carbono equivalente nas suas operações logísticas e de transporte, a empresa de produção hortofrutícola O Melro, parte do Grupo TriPortugal, qualificou-se para a sua primeira estrela Lean & Green, a primeira etapa de redução de emissões prevista no programa. Esta meta foi atingida através da implementação de sistemas mais eficientes de monitorização de consumos e do aumento dos painéis solares para maior produção de energia elétrica e, consequente, redução de eletricidade consumida pela central, por via de compostos fósseis.

Por fim, foi ainda atribuído o prémio Lean & Green à Logifrio, pertencente ao Grupo Zolve, pela sua intenção de reduzir 20% das emissões de dióxido de carbono equivalente nos próximos cinco anos em âmbito logístico e de transporte, comprovado através do seu Plano de Ação de redução, submetido com a adesão ao programa. O prémio e a estrela foram entregues pelo diretor de Community Engagement da GS1 Portugal, Artur Andrade.

O programa visa promover a redução da pegada carbónica das cadeias de valor, através da redução voluntária de emissões de dióxido de carbono equivalente nas operações logísticas das empresas, e João de Castro Guimarães congratula todas as empresas premiadas, realçando que “o setor dos transportes e logística é responsável por parte relevante das emissões de dióxido de carbono equivalente e tem vindo a encontrar mecanismos de promoção da eficiência e colaboração que têm permitido reduzir substancialmente essas emissões. Acreditamos que o programa Lean & Green é um estímulo à adoção de compromissos semelhantes pelos parceiros e pelas cadeias de valor em que se inserem estas empresas e, no que estiver ao nosso alcance, tudo faremos para apoiar”.