Se consultarmos a nossa conta bancária e verificarmos a redução do saldo diária, sem explicação, sem o nosso controlo, iremos de imediato atuar. Porque é que não atuamos de igual modo no caso da cadeia de abastecimento? “O que não se mede, não se controla…”. A cadeia de abastecimento contribui diretamente para a rentabilidade das empresas. Concordam? Todos concordam. No entanto, ainda temos um enorme número de empresas que não gerem, nem controlam a cadeia de abastecimento “como um todo”.

E o que quero dizer com “como um todo”? É englobar numa direção o procurement, planeamento, gestão logística, logística internacional e distribuição. É a visibilidade total da “Supply Chain” para as tomadas de decisão permitirem responder tendo em conta: quando, quanto, de onde e para onde, que incoterms, que condições de pagamento, em que condições de acondicionamento, quais as condições de garantia e controlo de qualidade, gestão de stock, quais as necessidades do cliente, que serviço queremos prestar ao nosso cliente, entre outros.

Todas estas perguntas têm métricas de controlo, umas individuais, outras globais, como é o caso do TCO (total cost of ownership), custo total de propriedade. É um desafio quantificá-lo, mas podemos começar por controlar individualmente alguns indicadores que são fundamentais para a rentabilidade da sua empresa, tais como:

  • Quem compra e o quê;
  • Contributo das compras efetivo e a sua redução em valor;
  • Nível de serviço dos fornecedores;
  • Valor médio de stock;
  • Qualidade de stock;
  • Quebras;
  • Paragens na produção e a sua razão;
  • Nível de ruturas;
  • Nível de serviço aos clientes.

Quando temos vários departamentos independentes, cada um com os seus indicadores de desempenho, é um desafio conciliar e focar para o objetivo comum. Estamos em setembro, temos dois meses (setembro e outubro) para saber onde estamos e definirmos orçamentos para o ano seguinte, com foco em melhorar e contribuir para um processo Lean, otimizado, e tenho a certeza que as equipas ficarão mais motivadas porque percebem qual o seu contributo “como um todo”.

Célia Pedro, Consultant, Teacher, Supply Chain, Innovation and Operations Management (Energy, Circular Economy, Construction, Retail: Food and Non Food, Packaging)