A CBRE, em conjunto com a Logicor, desenvolveram um estudo que permitiu aferir o nível de confiança dos diversos players em Portugal. O relatório “Índice de confiança do setor logístico em Portugal” é o primeiro estudo que incide exclusivamente sobre o setor logístico no nosso país.

Na base do estudo está um inquérito realizado pela Analytiqa, que contou com as respostas de 50 inquiridos, dos quais 25 operadores de logística e 25 retalhistas. As quatro principais conclusões do estudo são:

1. O índice de confiança do setor logístico em Portugal é ligeiramente negativo. Este fator poderá dever-se, em parte, ao momento em que foi realizado o estudo, no final de 2022, em que ainda não existia visibilidade sobre a performance do mercado imobiliário, nomeadamente do setor logístico, para o ano 2023. A expansão e o aparecimento de espaços de logística estão limitados pelo custo, localização e disponibilidade. Pela falta de oferta disponível há uma expetativa de que as rendas não irão baixar este ano e, pelo contrário, poderão até sofrer ligeiros aumentos. Está previsto que os grandes projetos de imobiliário logístico cheguem apenas ao mercado no início de 2024.

2. Atração e retenção de talento qualificado são um grande desafio atualmente. Apesar da mão de obra qualificada ser difícil de localizar, apenas 33% dos inquiridos tem previstas iniciativas que visam solucionar esta dificuldade. Porém, 78% afirma oferecer já programas de bem-estar.

3. Ocupantes e investidores estão comprometidos com a sustentabilidade. 80% dos inquiridos prevê que as suas empresas invistam em iniciativas de sustentabilidade no próximo ano e 92% acredita ser importante que as instalações logísticas tenham certificações ambientais. No topo dos projetos de sustentabilidade estão iniciativas de reciclagem, solução de poupança de energia do armazém e programas de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2), com metas a cinco anos.

4. O índice de confiança ligeiramente negativo reflete as preocupações dos diferentes inquiridos, não só em relação à atual conjuntura económica, como também aos desafios específicos do setor logístico em Portugal. A tendência de subida das rendas e a quase inexistência de ativos disponíveis, em conjunto com uma maior dificuldade de se garantirem os recursos humanos necessários às diferentes operações, são algumas das preocupações. Numa perspetiva mais positiva, importa salientar a confirmação de que as ações relacionadas com o ESG são uma das prioridades dos diferentes players e todos valorizam o impacto que as mesmas terão nas suas operações.

“A logística passou a ser um setor estrela no panorama do imobiliário português, quando em 2022 representou cerca de 25% do volume total de investimento. Os players precisam de ter cada vez mais dados para sustentar as suas decisões estratégicas, pelo que estamos orgulhosos de ter lançado este relatório em conjunto com a Logicor”, declarou Nuno Torcato, Diretor de Industrial e Logística, na CBRE Portugal.

Por outro lado, André Machado, Diretor de Asset Management, na Logicor, referiu: “Como um dos maiores investidores na logística em Portugal e na Europa, realizámos este estudo em conjunto com a CBRE, por uma questão de posicionamento, mas sobretudo porque queremos estar próximos dos ocupantes, perceber as suas necessidades, preocupações e ambições, de forma a melhorar e adaptar a nossa oferta”.