A menos de um mês do início da Jornada Mundial da Juventude 2023 (JMJ) ainda não é conhecido um plano de mobilidade do evento, nem tão pouco o impacto que o mesmo terá no normal funcionamento da cidade, bem como na movimentação de pessoas e mercadorias. Depois da APOL, vem agora também a APAT alertar para a urgência da divulgação oficial de um plano de contingência que mitigue os constrangimentos inerentes à realização do evento.

A Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 acontece de 1 a 6 de Agosto e a organização em Lisboa de um evento desta dimensão impactará diretamente no normal funcionamento da cidade e na mobilidade de pessoas e de mercadorias. Contudo, até agora ainda não houve a divulgação oficial de um plano de Mobilidade e Transporte.

A semana passada, numa entrevista à SIC Notícias, o presidente da Fundação da JMJ mostrou-se confiante e disse “será divulgado o melhor plano de mobilidade possível”, sem conseguir avançar com uma data para essa divulgação. D. Américo Aguiar reconheceu a importância do plano, quer para os estrangeiros, quer para os lisboetas, mas limitou-se a dizer “um dia destes o plano de mobilidade será apresentado”.

O bispo auxiliar de Lisboa garante que a JMJ “joga muito em cima da imprevisibilidade dos números”, referindo-se aos prazos de inscrições.

Contudo, a urgência deste documento é óbvia, não só para a logística do evento em si mas também para o normal funcionamento da cidade, das empresas e da distribuição urbana de bens e mercadorias, para que atempadamente todos possam definir e pôr em prática planos de contingência.

Isso mesmo veio reforçar, num comunicado, a APAT, na qualidade de representante dos interesses das empresas transitárias e no âmbito da defesa da integridade das cadeias logísticas, salientando que “indagou os vários domínios da tutela com responsabilidade direta, assim como as entidades municipais envolvidas na realização do evento, a fim de ser informada dos potenciais constrangimentos, e, em conformidade com a identificação dos mesmos, o plano de contingência que permita mitigar quaisquer entraves à fluidez do transporte de mercadorias e à plenitude das cadeias de abastecimento”.

Dada a extensão do evento que a cidade de Lisboa acolhe, “a Apat expressou a sua preocupação, em especial, com as acessibilidades à área logística e industrial da Bobadela (em concreto, ao terminal da Bobadela, devido ao seu papel de interface) e ao eixo que desta se estende, quer até Alverca, já que se trata de uma zona de intensa utilização e com outlets logísticos variados, quer até Santa Apolónia, inclusivamente no contexto de acessibilidade ao Porto de Lisboa, infraestrutura determinante no garante do abastecimento das ilhas. Assim, a Apat entende ser urgente a partilha, da parte da tutela, de oportuna informação sobre os planos de Mobilidade previstos, de modo a que a salvaguarda da integridade da atividade transitária e do abastecimento de bens em todo o território nacional seja uma realidade”.

Reforçando a mensagem que já haviam feito chegar ao poder político, os transitários, embora preocupados com a situação e escassez de tempo, mostram-se disponíveis “para ser parte da solução, adotando uma postura construtiva que auxilie na resolução deste dossier e que, assim, ajude o país, não só orgulhar-se da realização de tão afamado evento, como também de possuir uma Mobilidade resiliente e capaz de se adaptar às mais intrincadas circunstâncias sem prejudicar a mobilidade, quer de pessoas, quer de mercadorias”.