Pela primeira vez em Lisboa, o CEO do Grupo Nestlé, Mark Schneider, participou nas celebrações dos 100 anos da empresa em Portugal. A conferência “Nestalk” foi o momento de abordar o papel das empresas na liderança dos esforços para a sustentabilidade, a visão holística que o grupo tem da sua cadeia de valor e como é que através da IA a Nestlé está a tornar-se mais ágil e flexível na gestão das suas fábricas e centros de distribuição.

 

Os sistemas alimentares regenerativos estão na ordem do dia. Com o seu compromisso Net Zero, o objetivo da Nestlé é atingir a neutralidade carbónica até 2050. Sabendo que cerca de 70% das emissões de gases com efeito de estufa provêm do setor agrícola é precisamente a este nível que a empresa se compromete com a promoção de sistemas alimentares regenerativos em escala, como forma de ajudar todos os parceiros a reduzir os seus impactos ambientais ao longo da cadeia de valor. Isso traduz-se, segundo a fabricante, “no apoio dado a mais de 600 mil agricultores nessa transição, mas também através de ações de restauro de florestas e de combate à desflorestação”.

O NESCAFE Plan 2030 e o “Income accelerator” para cacau são dois exemplos de programas lançados recentemente para incentivar a transição para a agricultura regenerativa, de forma a ajudar a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa resultantes da agricultura, e melhorar os meios de subsistência dos agricultores produtores de café e de cacau.

Em termos globais, o impacto da escala da Nestlé tem permitido, entre outros, que 99,1% das principais cadeias de abastecimento de carne, óleo de palma, pasta de papel, soja e açúcar estejam já avaliadas como livres de desflorestação; que 81,9% das embalagens de produtos Nestlé sejam já desenhadas para serem recicladas; que a utilização de plástico virgem se tenha já reduzido em 10,5% (versus a baseline de 2018) e que 6,8% dos principais ingredientes Nestlé sejam produzidos através de práticas agrícolas regenerativas, a este nível a companhia tem o objetivo de obter 20% em 2025 e 50% em 2030.

Em Portugal, a Nestlé está a trabalhar com os produtores de trigo no Alentejo, precisamente com o objetivo de assegurar que a matéria-prima por eles produzida, e que está na base do fabrico de produtos como CERELAC e NESTUM, resulta de práticas agrícolas regenerativas dos solos.

 

O papel da IA na transformação das operações

Na Nestalk houve ainda oportunidade para abordar o tema da aplicação da Inteligência Artificial, que tem ajudado a Nestlé a tornar-se mais ágil e flexível na gestão das suas fábricas e centros de distribuição.

Atualmente, a Nestlé tem equipadas com tecnologia digital mais de 275 fábricas em 60 países, apoiando mais de 50 mil colaboradores numa mais rápida tomada de decisão. Toda a informação (data) recolhida é trabalhada em sistemas de Inteligência Artificial e de ferramentas analíticas preditivas que permitem reforçar os índices de qualidade de produção, não só nas fábricas, mas também nos centros de distribuição. No lado da produção, os resultados destes sistemas estão já patentes na eliminação de quebras de produção por paragens de máquinas, na melhoria da eficiência energética e na redução dos consumos de água. Do lado da supply chain, esta utilização já se traduziu em ganhos de eficiência e na resiliência da operação face a contextos externos adversos.

“Os 100 anos da Nestlé em Portugal são o testemunho do nosso compromisso de longo prazo para com o país, para com os nossos colaboradores, os nossos parceiros e os consumidores. A nossa presença em Portugal contribui para o desenvolvimento económico e social do país a longo prazo. É com orgulho que verifico que a Nestlé é um nome familiar e acarinhado em Portugal e que o vasto portefólio de marcas Nestlé é bem conhecido e apreciado pelos consumidores portugueses ao longo das várias etapas das suas vidas.”, afirmou Mark Schneider.