Segundo um comunicado do Complexo do Pecém, o Brasil e os Países Baixos assinaram um acordo para o transporte de hidrogénio verde entre os portos de Pecém e Roterdão, contemplando a criação de um “corredor marítimo” para o transporte deste combustível, produzido em Pecém, na região de Fortaleza, e a partir de Roterdão, para a distribuição para outros países europeus.

Entre os envolvidos no acordo irá estar a portuguesa EDP, bem como outras empresas do setor privado como a norte-americana AES, a brasileira Casa dos Ventos, a francesa Nexway, e a australiana Fortescue.

Mark Rutte, primeiro-ministro neerlandês, afirma após a assinatura do tratado que “Portos são a base da economia neerlandesa, mas também da competitividade ao redor do mundo. Já somos uma porta de entrada para a Europa e, por isso, Roterdão e Pecém podem legitimamente dominar o portal de acesso ao hidrogénio para a Europa”.

O hidrogénio verde é produzido através do processo de eletrólise da água, separando o oxigénio do hidrogénio, sendo utilizado principalmente para a produção de fertilizantes para atividades agrícolas, mas também enquanto combustível e matéria-prima industrial para produtos farmacêuticos.

Desde 2018 que 30% do porto brasileiro é detido pelo Porto de Roterdão, e segundo a mesma fonte, com este tratado o Porto de Pecém está a caminho dos 30 projetos assinados para a instalação de empresas interessadas em produzir hidrogénio verde, oriundas do Brasil e da Europa.

Para além deste tratado, os portos de Pecém e de Roterdão estabeleceram um acordo para apoiar iniciativas conjuntas de desenvolvimento sustentável, logística e energias em ambos os terminais marítimos.

“Reconhecemos a Holanda como uma das grandes protagonistas, na Europa e no mundo, nessa luta global para diminuir a emissão dos gases de efeito estufa. O corredor marítimo e a parceria fortalecem o Porto do Pecém como porta de entrada e saída [de hidrogénio verde] para o Brasil e o mundo”, comentou ainda Elmano de Freitas, governador do Ceará.