A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) lançou um comunicado na passada sexta-feira, dia 10 de março, relativamente aos aumentos dos preços de bens essenciais, e a uma grande quantidade de notícias que associam a inflação a este setor, considerando que isso “não corresponde à realidade”.

Segundo aponta a associação nos produtos e bens alimentares têm-se verificado subidas de 25% e 50%, e margens brutas de lucro que chegam a passar os 50% em vários produtos, correlacionadas com os aumentos do custo de transporte pelo diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier.

“O dono dos aumentos do preço da alimentação dos portugueses não são os transportadores”, afirma a ANTRAM, “o transporte de bens alimentares, face ao verificado antes dos níveis da guerra, não regista, atualmente, subidas que possam justificar os enormes aumentos dos bens alimentares”.

A associação destaca ainda que “a importação de bens alimentares de outros países para Portugal não regista aumentos face ao valor pré-guerra, e o transporte, em território nacional, regista valores muito próximos dos valores pré-guerra, admitindo-se um aumento destes últimos transportes entre 5 e 7%”.

De acordo com o comunicado, o custo de transporte na estrutura de custos das empresas de distribuição não é um dos seus principais custos, sendo sempre ultrapassado pelo valor das mercadorias, e como tal, “os transportes não podem, de forma alguma, justificar mais do que uma subida muito marginal dos bens alimentares (certamente abaixo de 1%), muitos casos havendo que não importam qualquer subida”.