A sul coreana HMM desenvolveu um sistema digital próprio para localizar e movimentar contentores vazios com outras empresas. Esta medida deve-se ao desequilíbrio no fornecimento de contentores entre as regiões, que embora os níveis de frete e de congestionamento portuário já se encontrem normalizados, continua a ser um problema.

A HMM solicitou a patente para a HMM Container Interchange Platform (HIP) no passado dia 10, e explica que “a HIP é um serviço de desenvolvimento próprio para a troca rápida de contentores da HMM com os de outras empresas, para resolver o desequilíbrio de contentores por região”. A empresa dá o exemplo do sistema de backhauling dos carregamentos provenientes da Ásia com destino à Europa e América do Norte, que são menores que os de headhauling e, portanto, os contentores acumulam-se nestas regiões.

Ao The Loadstar, a HMM conta que “quando olhamos através das nossas áreas de serviço, nem todos os locais têm stock suficiente de contentores em todos os momentos. As linhas de transporte experimentam frequentemente um desequilíbrio de contentores entre diferentes regiões. Nesse sentido, esperamos que a nossa plataforma de troca de contentores seja benéfica para transferir os nossos ativos para locais em défice de contentores de forma mais eficiente”.

A empresa disse ainda à mesma fonte acreditar que a troca de contentores vazios em cada região, com outros operadores ou expedidores, através da HIP aceleraria a deslocalização de contentores, e planeia atualizar a HIP para liquidar os custos envolvidos no processo de troca de contentores.

O desenvolvimento da HIP fez parte de um processo de transformação digital da HMM, ao longo de quatro anos, com um investimento de 119 milhões de dólares, que incluiu o lançamento da plataforma de reservas online Hi Quote no ano passado. Esta plataforma pode ser utilizada pelos expedidores para selecionar um horário de envio, porta de carga ou descarga, tipo de carga e quantidade de contentores, obtendo assim uma cotação e podendo fazer de seguida uma reserva.

A questão da falta de contentores, que se agravou durante a pandemia, atrasou os processos, levando mesmo ao cancelamento de contratos por as empresas não serem capazes de encontrar contentores disponíveis no mercado, o que fez com que os principais portos e operadores se focassem na recuperação de contentores, aplicando taxas no caso de as empresas não os recolherem ou devolverem a tempo.

O The Loadstar adiantou ainda que no final do mês passado, a HMM também avançou com um serviço de chatbot que permite aos clientes verificarem o horário de expedição, estado da reserva e localização da sua carga, e que a HMM também pretende introduzir soluções de tarifas baseadas em inteligência artificial, e serviços de transporte interno.