A Associação Vale d’Ouro apresentou um estudo para a construção de uma nova linha ferroviária na região de Trás-os-Montes, entre o Porto e Zamora, com 256 quilómetros.

Esta solução irá permitir o tráfego de mercadorias sobre carris de todo o norte de Portugal para Espanha e até mesmo além de Pirenéus, garantindo uma velocidade constante de 120 km/h, pendentes máximas de 1,5% (ou 15 por mil) e ligação imediata ao Porto de Leixões, o que diminuirá os custos de operação. O investimento, que rondou entre 3,5 e 4,4 mil milhões de euros, teve o apoio dos municípios pertencentes à comunidade intermunicipal de Terras de Trás-os-Montes.

A linha ferroviária pretende ser uma alternativa à ligação Aveiro-Viseu-Vilar Formoso-Salamanca, que já foi reprovada duas vezes pela Comissão Europeia por avaliação custo-benefício negativa. “A solução abre horizontes ao tráfego internacional de mercadorias e permite aproximar a região do litoral atlântico do interior da Península Ibérica, encolhendo distâncias, e catapulta Trás-os-Montes para uma dimensão europeia, já que, atualmente, embora seja a região portuguesa mais próxima do centro da Europa, incompreensivelmente, é a que está mais distante e das que mais atrasadas está, mesmo dentro de Portugal”, declarou a Associação Vale d’Ouro.

Desta forma, a associação quer que a linha de Trás-os-Montes seja o novo corredor internacional do Norte do país, uma vez que o “centro de gravidade das exportações do noroeste de Portugal encontra-se na zona do Porto de Leixões e do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, onde já estão localizadas as principais empresas de transportes e logística”.

A linha está ainda preparada para ser construída em bitola ibérica e europeia, assim como receber comboios com eixos variáveis. Por um lado, se a escolha recair pela bitola ibérica, serão necessários comboios com eixos telescópicos para seguirem para Madrid e Paris depois de passarem no intercambiador de Zamora. Por outro lado, se opção for a bitola europeia, serão necessários intercambiadores junto ao aeroporto Francisco Sá Carneiro e nos acessos à Linha do Minho.