Com recurso a tecnologia de ponta, o Tianjin Port Group (TPG), em conjunto com a Huawei e outros parceiros, construíram um porto mais verde, seguro e eficiente.

O congestionamento portuário registado no final do ano passado na China causou graves ruturas nas cadeias globais de abastecimento, tendo mesmo sido razão para muitas lojas ficarem sem stock durante esta altura, que é uma época de alto consumo, caracterizada pela Black Friday e pelo Natal. No entanto, a aplicação de tecnologias de automatização e a utilização de soluções de Inteligência Artificial (IA) poderá ser a solução para este dilema. No terminal de contentores inteligente que se observa da plataforma de visitantes do Porto de Tianjin, na China, é possível perceber como.

Neste porto, idealizado pelo Tianjin Port Group (TPG), em conjunto com a Huawei e outros parceiros, gruas de cais controladas à distância levantam de forma estável os contentores que são carregados com o conteúdo que deve seguir para os navios de carga. Por sua vez estes levam os contentores em camiões porta-contentores elétricos não tripulados. Depois, e sob a orientação de um sistema de navegação por satélite, os camiões porta-contentores vão para as estações de bloqueio e desbloqueio automático, de acordo com uma rota de condução otimizada – calculada em tempo real -, para desbloquear os contentores. O percurso finaliza com a condução para o parque de contentores.

Uma das principais inovações utilizadas para abordar esta questão é o sistema de transporte horizontal inteligente da Huawei, autodesenvolvido e verdadeiramente baseado em IA, que alcançou uma série de estreias a nível mundial. Veja-se que foi o primeiro sistema da área com utilização comercial em grande escala através de condução automática sem condutor; ou o primeiro a ser considerado autossuficiente em eletricidade verde e com zero emissões de carbono.

Esta transformação inteligente e digital da infraestrutura portuária em questão conduziu a benefícios tangíveis. Antes, com um centro de transporte horizontal convencional enfrentavam-se três grandes desafios: ambiente de trabalho severo, riscos de segurança devido à fadiga do operador e envio manual ineficiente. O Porto de Tianjin, por exemplo, tem atualmente 76 camiões porta-contentores. Para assegurar operações 24/7, cada veículo necessitava de três motoristas a trabalhar em três turnos por dia. Isto significa ser necessário um total de 210 motoristas a trabalhar neste formato – extremamente cansativo e, consequentemente, com riscos óbvios de segurança. Agora, e com a nova solução da Huawei, cada contentor consome 20% menos energia, e as gruas são em média 20% mais eficientes, com cada grua a operar 39 unidades de contentores por hora.

O Porto de Tianjin é um dos portos da China mais avançados tecnologicamente e um eixo vital para a iniciativa “One Belt, One Road” – a estratégia de agenda económica chinesa através da qual os dois extremos da Eurásia, bem como África e Oceânia, estão mais estreitamente ligados ao longo de duas rotas, uma terrestre e uma marítima. Tem um cais com capacidade para 300.000 toneladas com uma profundidade de canal de -22 metros. Tem 192 ancoradouros de vários tipos e 128 ancoradouros acima da classe de 10.000 toneladas. No final de 2021, a capacidade de carga do Porto atingiu 435 milhões de toneladas, classificando-se em nono lugar no mundo, enquanto a capacidade dos contentores ultrapassou os 18,35 milhões de TEU, classificando-se como o oitavo porto do mundo.