O Chief Financial Officer (CFO) da Stellantis N.V. disse que a empresa não vê a sua cadeia de abastecimento ficar livre de problemas, pelo menos até ao virar da página em 2024.
Em conversa com analistas a 3 de novembro, depois de a empresa-mãe da Chrysler, Jeep e outras marcas, com sede em Amesterdão, ter apresentado os resultados do terceiro trimestre, o CFO da companhia, Richard Palmer, disse que a sua equipa vê as coisas a melhorar em algumas frentes – o fornecimento de semicondutores melhorou um pouco no terceiro trimestre – mas continua a ser um problema de outras formas. A empresa também tem, em consonância com os seus maiores concorrentes norte-americanos, sentido problemas de transporte e procurado ajudar os fornecedores a lidar com as suas próprias dores de cabeça na cadeia de fornecimento.
“Estamos a implementar várias ações a curto, médio e longo prazo para melhor proteger o fornecimento”, sublinhou Richard Palmer, acrescentando que a situação dos chips é um pouco pior na América do Norte do que na Europa. “Acreditamos que continuaremos a ver melhorias sequenciais, mas não esperamos que a situação volte ao normal antes do final do próximo ano”.
Palmer observou que a empresa conseguiu aumentar o preço médio dos seus veículos para compensar muitas pressões de custos e espera poder continuar a fazê-lo em 2023: “Não espero qualquer inversão de preços. Precisamos de ser muito disciplinados na fixação de preços”, disse. “Se estamos a sofrer, então outros sofrerão ainda mais”.
Para o ano, a sua equipa continua a prever que as vendas norte-americanas para o ano inteiro irão diminuir cerca de 8% (a partir de 2021). Os principais responsáveis por essa queda são os problemas da cadeia de abastecimento que não estão a deixar a Stellantis (e vários dos seus pares) satisfazer a procura, que permanece forte e em alta. “O verdadeiro constrangimento, neste momento, continua a ser o fornecimento devido aos semicondutores, mas também devido a alguns desafios logísticos, tanto para nós como para os nossos fornecedores, no mercado da América do Norte”.
As receitas da Stellantis atingiram 42,1 mil milhões de euros no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 29% em relação ao terceiro trimestre de 2021. O desempenho reflete, principalmente, volumes mais altos, preços líquidos sustentados e efeitos favoráveis de conversão cambial. As vendas consolidadas somaram 1,28 milhões de veículos, um aumento de 13% em relação a igual período do ano anterior, principalmente devido à melhoria referida por Palmer no fornecimento de semicondutores.