Em declarações ao Netfarma, na sequência do comunicado divulgado esta semana pela European Healthcare Distribution Association (GIRP), que dizia que os distribuidores “podem ser forçados a reduzir o número de entregas, resultando em prazos de entrega mais longos”, o presidente da Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA), Nuno Flora, alerta para a necessidade de “medidas urgentes”.

Devido à crise energética, o responsável aponta ainda para uma “ameaça real ao normal funcionamento do circuito de abastecimento às farmácias”, afirmando que existe “o risco de não se conseguir assegurar o mesmo nível de serviço de fornecimento de medicamentos e outras tecnologias de saúde, principalmente com a mesma agilidade de resposta e rapidez a que estamos habituados no nosso país”.

Apesar das dificuldades, a GIRP apela a que a Comissão Europeia e os seus Estados-membros, salvaguardem a saúde dos doentes e que forneçam suporte urgente ao setor da distribuição de serviços de saúde completos, de modo a que o mercado continue a ser abastecido e sem falhas.

Segundo avança o presidente da ADIFA, a associação tem mantido contacto com o Governo, “no sentido de serem adotadas medidas urgentes de proteção ao setor da distribuição de medicamentos”, demonstrando a sua preocupação com o estado do setor e os seus possíveis resultados.

Assim, a associação representativa do setor apresentou ainda um conjunto de soluções a ser adotadas pelo Governo, de modo a salvaguardar o setor: “o acesso a gasóleo profissional, a majoração na dedução dos gastos com combustíveis, o reembolso parcial sobre o ISP, a dedutibilidade do IVA no gasóleo, bem como a isenção do pagamento do imposto único de circulação das viaturas afetas à atividade da distribuição farmacêutica”.

“Dada a evolução do atual contexto é também crucial que o princípio da estabilidade do preço dos medicamentos sujeitos a receita médica seja garantindo através da suspensão da revisão anual de preços para 2023, promovendo-se o equilíbrio e sustentabilidade na cadeia de valor do medicamento e contribuindo para uma melhor acessibilidade do doente ao mesmo”, acrescenta ainda Nuno Flora.

Nos últimos três meses “as empresas de distribuição farmacêutica de serviço completo registaram um aumento de 30 a 40% em custos energéticos”, aponta Nuno Flora à fonte, acrescentando que os distribuidores “têm realizado um inequívoco esforço para continuar a assegurar diariamente o fornecimento atempado e adequado de medicamentos e outras tecnologias de saúde em qualquer região do território nacional”.