A AP Moller-Maersk (Maersk) apresentou resultados recorde no segundo trimestre de 2022, aumentando a sua receita em 52%, lucros que duplicaram em relação ao semestre passado. Estes resultados foram impulsionados pelas condições de mercado excecionais contínuas e pela transformação estratégica da marca focada na logística integrada.

Os lucros do grupo dinamarquês Møller-Mærsk mais que duplicaram em termos homólogos no primeiro semestre do ano para 15.429 milhões de dólares (15.095 milhões de euros). “Entregámos um resultado excecionalmente forte no segundo trimestre e, consequentemente, registamos o 15.º trimestre consecutivo com melhorias nos lucros ano a ano”, afirma Søren Skou, CEO da AP Moller-Maersk.

“Estamos satisfeitos com o nosso desempenho em todo o negócio no primeiro semestre de 2022, o que demonstra claramente o progresso e ótimo trabalho de toda a equipa Maersk, transformando a empresa numa empresa global de logística integrada”, acrescentou o responsável.

Nos primeiros seis meses do ano, o lucro operacional líquido (EBIT) aumentou em 126% em termos homólogos para 16.261 milhões de dólares (15.909 milhões de euros). Já o volume de negócios foi de 40.942 milhões de dólares (40.056 milhões de euros), representando um acréscimo homólogo de 54%.

No segundo trimestre, a marca registou um lucro de 8.621 milhões de dólares (8.434 milhões de euros), numa subida de 130%. O EBIT, por sua vez, cresceu 120% face ao mesmo período do ano passado para 8.988 milhões de dólares (8.793 milhões de euros).

Desta forma, a faturação da multinacional atingiu os 21.650 milhões de dólares (21.181 milhões de euros) no trimestre em apreço, o que correspondeu a um acréscimo de 52% em termos homólogos. Não obstante, a empresa confirmou que a guerra na Ucrânia resultou num prejuízo de 624 milhões de dólares (610 milhões de euros) no primeiro semestre do ano.

É de referir que estes resultados foram impulsionados pelas altas taxas de frete, já que diminuíram marginalmente ao longo do trimestre mas permaneceram a um nível alto historicamente, à medida que o congestionamento da cadeia de abastecimento aumentou no mundo. Outro dos fatores que contribui para este marco foi a transformação estratégica da marca, que aposta cada vez mais na logística integrada.

Orientações para 2022

A propósito da redução das emissões, Søren Skou referiu que esta poderá ser conseguida através da utilização de biocombustíveis ou reduzindo a velocidade de navegação dos navios. No entanto, alertou que os biocombustíveis ainda são escassos e caros, pelo que a opção mais óbvia será o slow steaming.

Além disso, caso se diminua a velocidade dos navios, será necessário um maior número dos mesmos para transportar volumes iguais nos mesmos prazos. Assim, se esta for uma medida a implementar implicará um aumento da capacidade da frota entre os 5% e os 15%, frisou Søren Skou.

As regras IMO 2023 pretendem reduzir a pegada carbónica dos navios em 40% (relativamente a 2008) até 2030. Contudo, o CEO da Maersk explicou que na companhia ainda estão a avaliar o impacto das novas medidas, não havendo para já decisões sobre as mesmas.

“O que entendemos é que realmente [as novas regras] começarão a ser aplicadas em 2024 e 2025. Portanto, o impacto no curto prazo pode ser muito limitado, mas no longo prazo será bastante significativo”.