A Presidente da Comissão Europeia (CE) defende que Sines pode ser a porta de entrada para o gás natural na União Europeia. Ursula Von der Leyen admite que o carvão pode ser usado temporariamente para produzir energia e proteger a Europa de eventuais cortes da Rússia.

“Sabemos que Portugal está a trabalhar no aumento da sua capacidade de transbordo de remessas de GNL, através do porto de águas profundas de Sines, para outros Estados-membros, a fim de os ajudar a garantir um aprovisionamento suficiente de gás e, ao mesmo tempo, contribuir para os esforços de poupança de eletricidade e gás à escala da UE. Isto seria verdadeiramente a solidariedade europeia em ação”, referiu Von der Leyen em entrevista publicada sábado passado pelo Diário de Notícias.

“Foram grandes os esforços de Portugal, assim como de Espanha, no desenvolvimento de infraestruturas de GNL que podem beneficiar toda a UE. A Península Ibérica no seu conjunto pode de facto tornar-se uma plataforma para o GNL proveniente de África e das Américas e com destino à UE”, notou. A presidente da CE realçou, contudo, que para explorar esse potencial “é necessário melhorar as interligações de gás entre a Península e o resto da Europa, atualmente limitadas e insuficientes”.

Ursula von der Leyen admitiu ainda, no âmbito do novo plano “Poupar gás para garantir um inverno em segurança”, que os estados-membros usem temporariamente carvão para produzir energia. “É evidente que, em termos de substituição de combustíveis, deve ser dada prioridade à transição para as energias renováveis. A transição para o carvão, se necessário, deve ser uma solução temporária”, sublinhou.