Já são conhecidos os vencedores de 2022 dos prémios PEL, iniciativa da Associação Portuguesa de Logística, que visa distinguir anualmente projetos, iniciativas, empresas e pessoas que se destaquem pela sua excelência logística. A cerimónia de entrega teve lugar na sexta-feira, dia 15, no CCB, num fim de tarde em que os louros foram, como não podia deixar de ser, para a Excelência e para a Logística.

A Associação Portuguesa de Logística (APLOG) voltou a premiar a logística, relançando o Prémio de Excelência Logística (PEL), agora alargando as candidaturas a três categorias: Empresa, Start-up e Academia, além de passar a entregar também o prémio Personalidade, a alguém cujo percurso profissional na área se tenha distinguido.

Raul Magalhães, presidente da direção da APLOG, na abertura da cerimónia de entrega dos prémios, lembrou que o PEL tem como objetivo ajudar a promover e a estimular o desenvolvimento da logística em Portugal, prestando reconhecimento público aos projetos, profissionais e organizações que contribuem para o seu progresso, distinguindo em cada ano civil projetos na área da logística, salientando que “este ano em parceria com a Accenture foi lançado um novo modelo, com três categorias de excelência logística: PEL Empresas, PEL Start-up e PEL Academia”. “Este é o ano 0 da nova abordagem ao PEL”, sublinhou ainda Raul Magalhães, intuindo-se que o objetivo é trabalhar para que o ano 1 do PEL seja ainda melhor.

Antes de serem conhecidos os vencedores houve lugar a uma breve incursão pelo percurso feito pela logística em Portugal e também pela história da APLOG. O timoneiro foi José Luís Simões, coadjuvado logo a seguir por Eurico Brilhante Dias.

José Luís Simões, presidente do grupo Luis Simões e membro da direção da APLOG, começou por referir o papel das consultoras em toda esta aventura e evolução da logística em Portugal, sublinhando que quase “30 anos depois, não se perdeu o papel das empresas de consultadoria. Como não se perdeu o papel dos professores José Crespo de Carvalho e Alcibíades Paulo Guedes no desenvolvimento académico da logística em Portugal.” Determinante na evolução da logística foi e continua a ser o papel da distribuição e, claro, da produção. “Repensar significa que todos podemos ser melhores”, lembrou José Luís Simões. É que outros tempos exigem talento e competências distintas e como salientou o número 1 da Luis Simões, “hoje a logística tem muito mais competências e também outras necessidades. Este é o vosso tempo. E é tempo de agir. De repensar o passado, perceber o presente e encarar o futuro”.

“Um dos primeiros trabalhos da APLOG foi explicar o que era a logística!”, começou por dizer Eurico Brilhante Dias, que acompanhou os primeiros passos da logística em Portugal e também da APLOG. E continuou: “tudo o que aprendi de logística devo-o ao Crespo de Carvalho” e pelos vistos o bichinho ficou lá pois o ex-secretário de Estado da Internacionalização não se escusou a partilhar o exercício único que foi e a importância que teve já em período de pandemia haver alguém no Executivo que tivesse conhecimentos de logística para fazer chegar a Portugal os EPI, naquele que recorda como tendo sendo “um momento decisivo”, como o foi mais recentemente “organizar todo o fluxo de refugiados”, na sequência da invasão da Ucrânia por parte da Rússia. “Um bom logístico deve saber alguma coisa de economia”, lembrou Eurico Brilhante Dias, sem esconder que nesta reorganização das cadeias logísticas a que assistimos “Portugal é apetecível nas operações de nearshoring”.

Coube a Alcibíades Paulo Guedes anunciar o prémio “Personalidade”, que foi para Luís Moutinho, actualmente CEO da Sonae MC e com todo um percurso profissional que acompanhou, a par e passo, o nascimento e desenvolvimento da logística em Portugal.

“Não me sinto bem neste papel. Tenho pautado a minha vida pelo coletivo”, disse Luís Moutinho, lembrando depois que “também contribui para os primeiros anos da APLOG, mas olhando para trás penso que recebi muito mais do que dei”. À época era a explosão da “moderna distribuição” em Portugal e Luís Moutinho esteve no terreno com Marques do Santos, acompanhando a implementação do projeto de centralização logística da Sonae, o LOGIN.  “Uma das minhas paixões tem sido a logística”, confessou ao subir ao palco. Mais coisa menos coisa, entrou há 30 anos na Sonae com a centralização logística que, “na altura, como agora, implica trabalhar em parceria”, lembrou. Olhando para atrás, o atual CEO da Sonae MC frisou também que na altura, como ainda hoje, a logística tem espaço para o talento: “penso na logística todos os dias. Não seriamos o que somos hoje se não pensássemos logística todos os dias.”

É que para o CEO da Sonae MC, logística é sobretudo “refletir, pensar diferente e executar” e também funcionar em cadeia, como o provaram estes últimos dois anos e meio. Falando do crescimento da companhia e da importância da logística, Luís Moutinho salientou: “não seremos os maiores do mundo, mas do ponto de vista logístico podemos ser os melhores do mundo”, desejando com este registo motivar os jovens e quem agora começa o seu percurso profissional a enveredar pela área.