O propósito das empresas é o novo mote da estratégia das Organizações, substituindo aquilo que antes caracterizava a definição da identidade de uma organização – Missão, Visão e Valores, bem como do seu objetivo “natural”, os lucros -, tendo-se tornado nos últimos tempos um importante tema de discussão entre os seus líderes. 

Mas porque se tornou tão relevante?
A geração Z, nascida em meados dos anos 90, mas sobretudo a Alfa, mais nova e muito mais tecnológica, definitivamente apresentam uma nova forma de trabalhar, de encarar a vida profissional e a escolha das organizações que integram. Sim, isso mesmo, a escolha!
Se antes esta era uma opção essencialmente ao alcance dos profissionais altamente especializados ou dos jovens de elevado potencial, hoje todos procuram escolher onde investem o seu tempo, o seu valor e a sua energia.


Os novos colaboradores das empresas procuram cada vez mais um equilíbrio entre vida pessoal e profissional, um ambiente positivo, construtivo e acolhedor, onde possam dar o melhor de si e crescer, apoiados numa organização que os acolhe e compreende, mas sobretudo que se empenha em trazer ao de cima as suas melhores qualidades e competências quer cognitivas, quer comportamentais. 

Se a remuneração continua a ser um elemento diferenciador? Sim, mas em parte. Ninguém trabalha sem o retorno justo pelo seu esforço, mas, ao mesmo tempo, este é cada vez mais compreendido como um todo, como algo que engloba remuneração, formação, aprendizagem, desafio, reconhecimento e respeito. Respeito pela unicidade de cada um e também pelo reconhecimento no desempenho. A produtividade e a rentabilidade de uma empresa medem-se cada vez mais pela capacidade de esta conhecer as suas pessoas, apostar no seu desenvolvimento e de colocá-las na hora certa, no lugar certo. 

Por isso, quando escolhem A Empresa onde querem trabalhar, os profissionais escolhem também os seus líderes, aqueles a quem reconhecem a capacidade de “saber fazer”, “saber escolher” e “saber desenvolver”. Aqueles que são capazes de reconhecer que “juntos somos mais e melhores” sem necessidade de se destacarem mais ou menos do que os elementos das suas equipas pois apenas como um todo, dinâmico e flexível, serão capazes de encarar com sucesso os desafios diários de um mundo em constante mudança. Os líderes escolhidos e que fazem escolher empresas, são os que estimulam a evolução das equipas porque também eles querem crescer e fazer crescer, pessoas e negócio.

Nenhuma carreira será plenamente feliz e bem sucedida sem equilíbrio e sem sentido de missão. Por isso, escolher empresas é também escolher líderes conscientes, esclarecidos e que esclarecem acerca da vida e do propósito, como um todo. Uma missão que engloba o bem-estar pessoal e profissional, o alinhamento do que somos com o que fazemos e a vontade de apoiar e desenvolver as competências individuais e unívocas de cada um. Na conjunção das diferenças estará o segredo da vitória.

Tal como explica Fred Kofman no seu livro “Liderança e propósito: O novo líder e o real significado do sucesso”, verdadeiros líderes, independentemente do seu lugar na hierarquia, ajudam a organização e as equipas a conectarem-se com o seu propósito, com a sua missão, sendo que, quando as pessoas se baseiam no propósito para trazer significado às suas vidas profissionais, as empresas conseguem desenvolver-se mais e atingir melhores resultados. 

Sónia Moura, Managing Partner | Endless Opportunities Consulting (EOC)