No Porto de Sines está em curso um investimento de 18 mil milhões de euros, sendo a maior parte dele privado. O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, revelou ao Diário de Notícias que esse investimento irá permitir ao Porto de Sines praticamente quadruplicar a sua capacidade até 2030.

Segundo revela à fonte, “há um polo muito importante que é o da logística, portanto, o nosso terminal em Sines tem uma capacidade de cerca de 2,1 ou 2,2 milhões de contentores. Com o projeto de extensão que já está em execução, vai chegar aos 4 ou 4,3 milhões de contentores. Mas até 2030, se tivermos o novo cais, pode chegar aos oito milhões de contentores”, aproximando-se da capacidade de Hamburgo, um dos maiores portos europeus, que movimenta 8,5 milhões de contentores. “Se tivermos esta capacidade, depois podemos consolidar as ligações com todas as partes do mundo”, aponta o ministro.

Dos 18 mil milhões de euros apontados, encontram-se já em curso 3,5, em cabos submarinos, e ainda a construção do centro de dados. Está ainda previsto o polo das energias, com investimentos previstos superiores a 7 mil milhões, que envolvem desde investimento convencional, como é o caso das EDP, Galp e Repsol, mas também investimentos na descarbonização.

O ministro considera ainda que “a combinação destes três vértices pode transformar Sines num dos polos, não só das novas energias, dos cabos submarinos, do novo paradigma da conectividade e da logística internacional, e colocar Sines no mapa”.

Um dos temas muito falados atualmente, derivado dos problemas de abastecimento de gás sentidos desde a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, é que Sines pode ser uma porta de entrada de gás para a Europa, estando a ser trabalhado um projeto de transshipment em que Sines irá desempenhar um papel importante, enquanto “grande hub, porque está perto dos Estados Unidos, de Trinidade e Tobago, da Nigéria, grandes exportadores de gás natural liquefeito, e no âmbito do projeto REPowerEU”, aponta António Costa Silva ao Diário de Notícias.

“A curto prazo, Portugal, só em relação à Alemanha, pode colmatar entre 12% e 15% das necessidades de importação de gás da Alemanha. Isso também está em discussão com o governo alemão, mas temos de ver como se vai prosseguir”.

A Península Ibérica tem metade da capacidade de receção de gás natural liquefeito da Europa, sendo o terminal de Sines e os terminais espanhóis muito importantes a esse nível, no entanto, as conexões através dos Pirenéus mantiveram-se um entrave a esse investimento.