A start-up espanhola Katoo criou uma aplicação para o telemóvel que permite aos restaurantes gerirem as suas encomendas aos fornecedores, e entrou em Portugal no passado mês de Setembro, após uma ronda de investimento de 6,2 milhões de euros que lhes permitiu a internacionalização, e mesmo a tempo de aproveitar o término dos limites de lotação nos restaurantes, aproveitando assim esta maior necessidade de reorganização por parte das empresas do sector.

A app da Katoo permite que os utilizadores (chefs, gerentes dos restaurantes ou responsáveis de compras) façam os seus pedidos de matérias-primas por e-mail ou Whatsapp e obter dados históricos, relatórios mensais e sumários de despesas.

Diogo Cunha, CEO e co-fundador da Katoo, revelou ainda ao Jornal Económico que actualmente a equipa é composta por cinco pessoas, mas que até ao final do mês pretendem duplicar este número. “Estamos a planear ter um grande hub com funções globais”, revela o CEO à fonte, “uma parte fundamental da nossa estratégia de recrutamento passa por criar um escritório em Portugal, do zero, e recrutar o melhor talento para nos tornarmos líderes de mercado”.

Esta ronda de investimento de 6,2 milhões de euros veio no seguimento de uma outra anterior, no valor de 3 milhões. Por parte dos investidores, Pedro Santos Vieira, managing partner da Shilling, uma das empresas investidoras, considera que “a pandemia veio acelerar ainda mais a digitalização dos negócios e a restauração encontrou na Katoo, start-up de FoodTech, uma ferramenta que aumenta a qualidade e eficiência porque potencia economias de escala e permite optimizar cadeias de valor. A proposta de valor da Katoo e a oportunidade de apoiarmos uma empresa cujo fundador é português a crescer no sul da Europa e na América Latina é uma excelente forma de conseguirmos ter impacto no ecossistema nacional e internacional”.

A Katoo está presente em Espanha, Itália e, agora, também em Portugal, mas ambiciona mais. Aproveitando a ronda de investimento da solução, que permitiu a chegada a Lisboa, a empresa pretende ainda aproveitar para desenvolver o produto e expandir para a América Latina, o que espera que ocorra nos próximos meses.

“O canal de fornecimento de comida continua a ser muito old school. Fax, papel e caneta, e mensagens de voz são ainda consideradas uma regra de ouro. Esta ronda vai permitir-nos continuar a investir em fornecer a melhor tecnologia às pessoas que nos alimentam”, comenta ainda Pedro Santos Vieira.