A Airbus tenciona aumentar a sua produção com a recuperação dos voos da pandemia, mas a falta de mão-de-obra e de materiais dos seus fornecedores está a impedir os planos do fabricante aeronáutico. No caso, a empresa tinha anunciado em Maio que pretendia aumentar a produção dos seus modelos A320, os mais vendidos, para 45 aviões por mês até ao quarto trimestre do ano, e atingir os 70 mensais no início de 2024.

Segundo explica Christian Scherer, director comercial da Airbus, à Bloomberg, existe procura para suportar esses níveis de produção, e até para mais, resultado das melhorias das taxas de vacinação e diminuição das restrições de viagens, mas admite que os seus fornecedores não são capazes de dar resposta a esta necessidade.

“Há fornecedores que têm sido gravemente atingidos pela desaceleração e perderam parte da sua mão-de-obra e capacidade de investimento ou ambos”, comenta o responsável, “estamos numa situação de aumento de produção que está constrangida pela cadeia de abastecimento”.

Antes da pandemia a Airbus já teve dificuldades em entregar aviões com rapidez suficiente, mas agora durante a crise levou a cortes nas taxas de produção de cerca de um terço.

Para os fornecedores, muitos dos quais de pequena dimensão, as dificuldades sentidas foram mais ao nível da recontratação e da aquisição de materiais, a somar às perdas de receita do último ano e meio.