A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) está a tentar reaver cerca de 5,3 milhões de euros, de um total de mais de 37,7 milhões de euros gastos na compra de equipamentos de medicina intensiva para o Serviço Nacional de Saúde, segundo avançou o jornal ‘Público’.
Em causa está a devolução do valor pago por ventiladores, monitores e outros materiais, comprados para dar resposta às necessidades da pandemia, mas que nunca chegaram a ser entregues.
O valor está inscrito no Relatório de Gestão e Demonstrações Financeiras e Orçamentais da ACSS, gerência de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2020, publicado no final de Junho, na rubrica “Outras Contas a Receber”.
Fonte da ACSS explicou ao ‘Público’ que, dada a complexidade do processo logístico de fazer chegar estes consumíveis a todo o país e a urgência dos hospitais em receberem o material, o equipamento chegou e foi distribuído, mas sem o registo de recepção e armazenamento habitual.
O processo será, entretanto, regularizado, mas até lá, “este valor terá de constar, por uma questão de formalidade, como perdas em inventários”, avança a ACSS.
De acordo com a mesma fonte, a tabela de distribuição de equipamentos a que o jornal teve acesso, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) foi dos que mais receberam – mais de 4,1 milhões de euros em equipamentos –, seguindo-se o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), com 2,6 milhões de euros, o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC), com 1,78 milhões de euros, e o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), com 1,70 milhões de euros.