Os investigadores do Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CEIIA) querem participar no projecto europeu Assured-UAM, que envolve cidades e centros de investigação polacos, holandeses e italianos, no sentido de desenhar os primeiros corredores aéreos para transporte de pessoas e mercadorias através de drones, entre Porto, Gaia e zonas industriais envolventes, segundo avança o Jornal Expresso. Apesar do projecto durar dois anos, estima-se que este cenário ocorra a partir de 2030.

Tiago Rebelo, director técnico do CEIIA, afirma que “estamos a estudar a área da logística para os próximos cinco anos; a emergência médica a 10 anos; e o táxi aéreo (transporte de pessoas) a 15 anos”.

No roteiro figuram três itinerários: um que visa a ligação aérea com drones entre o aeroporto Francisco Sá Carneiro e o Porto de Leixões e áreas industriais de Maia e Vila do Conde; um segundo que contempla o transporte de equipamentos e materiais críticos para o Hospital de São João; e um último para ligar o aeroporto do Porto a Gaia e Vigo. “Vamos fazer o levantamento de necessidades e desafios em termos de espaço aéreo, infra-estruturas e regras para depois apresentarmos soluções”, refere Tiago Rebelo.

Em vários países já existem drones tripulados e carros voadores com viabilidade técnica confirmada, mas tardam em descolar. Entre os intervenientes encontram-se pequenas start-ups ou grandes laboratórios da AirBus, Boieng ou mesmo Uber. Alguns dos protótipos consistem em pequenos helicópteros e até uma combinação de asas que garantem voos de longo curso e de hélices no topo para aterragens e descolagens na vertical.

Perante estes desafios, a Agência para a Segurança da Aviação Civil da UE (EASA) lançou, em 2019, os primeiros requisitos técnicos, mas lembrou que não existe uma certificação para carros voadores e drones tripulados. Ainda assim, a alemã Volocopter, anunciou para breve as primeiras viagens de drones tripulados a 300 euros, e os primeiros testes com novos veículos especializados em mercadorias.