Em resposta a um estudo da Expense Reduction Analysts, 51% das empresas portuguesas revelaram que mudaram os seus hábitos de compra durante a pandemia, alterando a sua postura face às compras tradicionais. O objectivo deste estudo, que envolveu 87 gestores de diversos sectores, era “perceber de que forma os constrangimentos na cadeia de abastecimento e a incerteza que caracteriza a economia mundial afectaram o comportamento de compra B2B das empresas portuguesas”.

Apesar de cerca de metade das empresas ter indicado que alteraram a postura de compra transnacional, 60% dos inquiridos ainda não considera os fornecedores locais como possíveis alternativas para os seus negócios.

Ao mesmo tempo, enquanto as opiniões se dividiam entre a postura de compra, mais de 78% dos gestores afirma dedicar tempo a avaliar diferentes opções, analisando diferentes aspectos, em especial ao nível dos investimentos de grande valor, tendo 30% afirmado que a duração do ciclo de compra aumentou desde que começou a pandemia. Destes, para cerca de 41% o tempo desde a pesquisa até à finalização da compra não se alterou, para 40% aumentou e para mais de 10% aumentou significativamente.

O estudo também aponta que dois terços das empresas afirmam que antes de comprar procuram informações sobre os produtos em relatórios e recomendações dos analistas, tendo 80% a experiência prévia como factor relevante. A maioria das empresas também admite prestar atenção à referência de clientes e às redes sociais, sendo que estas são mais utilizadas para compras de baixo valor.

Cerca de 70% dos gestores apontaram que procuram no fornecedor o seu conhecimento profundo da solução e do contexto empresarial. Ao nível do produto, 65% aponta as características e funcionalidades do produto/serviço, e 20% indicam que o factor que mais valorizam é o preço.

João Costa, country manager da Expense Reduction Analysts, comenta que “perante os constrangimentos da pandemia na logística internacional, as empresas portuguesas deveriam considerar fornecedores nacionais e optar por uma cadeia de abastecimento mais local”.

Este inquérito foi feito durante o mês de Maio e analisa o comportamento de compra das empresas portuguesas, procurando identificar diferenças na gestão de compras desde o início da pandemia em Portugal. Os 87 gestores inquiridos são de áreas diversas, mas destacam-se a indústria, o retalho e serviços, sendo que destes, 40% têm volumes de negócios acima de 25 milhões de euros.