Apesar de a dependência da China ser algo bastante comum, os EUA notaram que as suas cadeias de abastecimento estão quase totalmente dependentes da grande potência asiática, e pretendem inverter a tendência e intervir na cadeia. A aposta no lítio deve-se, entre outros factores, às mudanças de energia para outras mais ecológicas, como forma de atingir as metas ecológicas definidas no acordo de Paris, tendo Joe Biden voltado a assinar o tratado no início deste ano, quatro anos após a saída por parte do então presidente Donald Trump.

Recentemente, a General Motors anunciou que irá mudar para um fornecimento de lítio seguro dos Estados Unidos, direccionados para as suas baterias de veículos eléctricos, sendo que apesar de não referir os valores a investir, avança apenas que serão vários milhões de dólares.

Os Estados Unidos já têm alguma história de dependência de outros para o aprovisionamento de matérias-primas, tendo durante largos anos dependido do médio oriente para a importação de petróleo, o que levou a um aumento dos preços do petróleo em 400% em 1973. Mas agora a questão é ligeiramente diferente. As tenções geopolíticas mudaram, mas não desapareceram por completo, e apesar de já não se tratar do abastecimento de petróleo do médio oriente, a questão está no abastecimento de minerais da Ásia para as suas baterias, e as recentes tensões políticas entre os EUA e a China ainda podem ser uma barreira, para além de que este país lidera a indústria das baterias de lítio, deixando os norte-americanos fechados numa competição por matérias-primas com um dos seus maiores gigantes económicos.

A Standard Lithium, é uma das empresas que acredita que os EUA conseguem livrar-se da dependência de lítio de outros países, contando com projectos de grande dimensão como o “Lanxess Project”.

Neste momento, considera-se que o “ouro” do futuro está no lítio, cobalto, grafite e níquel, os minerais que constituem 79% dos custos de produção de uma bateria de iões de lítio e, caso a China controle esta cadeia, irá impactar mais uma vez o resto do mundo.